DANÇA DOS ORIXÁS
Não tem como ser diferente, quando falamos de ORIXÁS, somos obrigados a nos referir em comidas e danças.
Sim, tanto uma como outra são marcas registradas da nação africana, dos orixás e claro de seus subordinados.
Da mesma forma que existem incalculável numero de comidas, ebós, também temos inúmeras foras de dançar, ritmos alterando-se de acordo com a vibração da entidade, da sua coreografia que em muito tem com a energia vinculada.
Cada ORIXÁ dança seu ritmo próprio, mas temos vários ritmos que são coletivos, claro que mesmo os especiais são dançado por todos, no entanto cada um mantem o seu movimento característico.
ADARRUM.
(ioruba adarun)
Ritmo estimulante, rápido de batidas compassadas ligeiramente sem muita alteração do som, contínuo apressado, forte, marcado unissonamente por todos os ATABAQUES e pelo AGOGÔ ou GÃ que é um instrumento musical formado por um único ou múltiplos sinos originado da música tradicional yorubá da África Ocidental. Para se tirar som desse instrumento bate-se com uma baqueta de madeira nas duas bocas de ferro, também chamadas de campânulas, do instrumento.
É comum a colocação que esse ritmo pertença, e é para OGUN, que quando dança movimenta-se lembrando um guerreiro limpando o caminho com sua espada ou seu facão. No entanto é para todos os orixás que ao ouvirem seu ritmo descem e montam seus cavalos, os médios de incorporação.
Lembramos que nem todos os iniciados são autorizados ou estão preparados para ser montado, OCUPADO, pois nem todos os médios são de incorporação ou estão liberados para tal.
O ritmo pode, também, ser executado com o objetivo de propiciar o transe.
AGUERÊ
(EM Yorubá significa “lentidão”.)
Ritmo cadenciado para ODÉ com andamento mais rápido para IANSÃ. Quando executado para IANSÃ é chamado de “quebra-pratos” é o ritmo de ODÉ, o caçador. É acelerado, cadenciado e exige agilidade na dança, do mesmo modo que a caça exige a agilidade do caçador. Muito rápida, compõe-se de inúmeras fugas e contrafugas. Em esquivas ligeiras, projeta o bailado por toda a extensão do ambiente. O corpo corcoveia, vai ao chão, para, observa e retoma as mesmas atividades anteriores. Não tendo a posse do arco e flecha, símbolos de ODÉ, quem para ele dança abre o polegar e indicador da mão direita, formando um ângulo reto, enquanto os demais dedos desta mão se fecham. O indicador da mão esquerda, esticado, toca a falange, a falange o polegar da direita, criando a imagem do arco engatilhado. Para IANSÃ, divindade dos raios e dos ventos, toca-se o AGÓ, ILU, ou AGUERÊ de Iansã, termos que designam um mesmo ritmo que, de tão rápido, repicado e dobrado, também é conhecido como "quebra-prato". É o mais rápido ritmo do candomblé, correspondendo à personalidade agitada, contagiante e sensual desta deusa guerreira, senhora dos ventos e que tem poder de afastar os espíritos dos mortos (EGUNS).
ALUJÁ
( Significa orifício ou perfuração)
A dança preferida de XANGÔ se faz ao som do ALUJÁ, um ritmo quente, rápido, que expressa força e realeza recordando, através do dobrar vigoroso do Rum, os trovões dos quais XANGÔ é o senhor. ALUJÁ – Toque rápido com características guerreiras.
AVANIA
Ou AVAMUNHA é um outro ritmo, também conhecido por: RAMONHA, VAMONHA, AVAMUNHA, ou AVANINHA, tocado para todos os orixás. É um toque rápido, empolgado e tocado em situações específicas como a entrada e saída dos filhos de santo no barracão e para a retirada do ORIXÁ incorporado. É nesse momento que o orixá saúda os pontos de axé da casa e se retira sob a aclamação dos presentes.
BARRAVENTO
(rito Angola ,)
A variação mais conhecida é a muzenza, popularmente difundido como o Toque da Orixá IANSÃ.
BATÁ
(Rito KETU )
Talvez um dos ritmos mais característicos do candomblé, pode ser tocado em duas modalidades: batá lento e batá rápido, sendo o primeiro executado para os orixás cuja dança comedida denota certas características de suas personalidades, como a dança de Oxalufã, o deus arcado e velho que, com seu paxorô (cajado), criou o mundo. Significativamente, o termo batá, designa também o tambor de duas membranas, afinadas por cordas, cujo uso nos candomblés do Norte e Nordeste do Brasil é tão difundido que talvez por este motivo o ritmo tenha tomado seu nome, ainda quando não executado por este instrumento. Batá é um tambor horizontal, formado por uma caixa de ressonância (geralmente um cilindro de madeira) coberta com couro nas duas extremidades, sendo um dos lados maior que o outro. Tanto na África como no Novo Mundo, o BATÁ é tradicionalmente associado ao orixá XANGÔ. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado sempre com as mãos.
BRAVUM
Ritmo marcado por golpes fortes do Run. embora não seja atribuído especialmente a algum orixá, é frequentemente escolhido para saudar Oxumarê, Ewá e Oxalá. É um ritmo relativamente rápido, bem dobrado e repicado.
Bravun, de origem keto.
Mensageiro por excelência, BARÁ apresenta-se numa dança serpenteada, as mãos ora levantadas para o orun (céu), ora para o aye (terra) os quais ele interliga.
E também o BRAVUN a dança de Ogun, A coreografia de Ogun tem a dança do BRAVUN bem agitada, os passos mais acelerados, braços movimentados para o alto, a frente e na horizontal, nesta ultima parte como a cortar lanças e defender-se de adagas com escudo imaginário, ações típicas de sua essência guerreira.
CABULA
(rito Angola)
"Samba cabula". este ritmo na verdade se chama "samba angola", sendo este nome o "samba-cabula", um ritmo no qual, ele se parece e tem o mesmo som do MACULELÊ, mas ressaltando que tem mais batidas, ou seja... no total de 13 batidas por repetição, ou 13 tempos.
HUNTÓ ou RUNTÓ –
(Ritmo de origem Fon0
Executado para OXUMARÉ. Pode ser executado com cânticos para OBALUAIÊ e XANGÔ
IGBIN –
Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a OXALUFÃ.
IJESA
( rito Ketu)
Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. sempre acompanhado do Gã (agogô) para marcar o compasso. É dedicado a OXUM quando sua execução é só instrumental. IJEXÁ, o único ritmo tocado com as mãos no rito Ketu é, por excelência, o ritmo de OXUM. É um ritmo calmo, balanceado, envolvente e sensual, como a deusa da água doce, à qual faz alusão. Ele é tocado ainda para o orixá filho de OXUM, LOGUN-EDÉ e, algumas vezes para BARÁ e para OXALÁ.
O Afoxé Filhos de Gandhi da Bahia, é talvez o mais tenaz dos grupos culturais brasileiros na preservação desse ritmo.
ILU
(Yoruba significando tambor)
Toque ou ritmo acelerado tocado para OYÁ-IANSAN. Termo da língua Yorubá que também significa atabaque ou tambor. Conhecido também como Dárò, que significa lamento. É percutido por aquidavis.
JONGO
É uma manifestação cultural essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil . A origem é o jogo de adivinhas típico dessa região da África na época, o Jinongonongo. Hoje em dia podem participar do Jongo homens e mulheres, mas esta participação, em sua forma original era rigorosamente restrita aos iniciados ou mais experientes da comunidade. O Jongo, é também muito importante porque representava uma resistência dos escravos, a de criar diversas comunidades, semelhantes a sociedades secretas político-religiosas especializadas, dentre as quais podemos citar até mesmo irmandades católicas, como a Congada
KORIN- EWE.
(significado é “Canção das Folhas”.
Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria.
LUNDU
O lundu é um gênero musical contemporâneo e uma dança brasileira criada a partir dos batuques dos escravos bantos (escravos que foram trazidos da África, em especial a Angola, para o Brasil).
Herdou ritmos da própria África e da Europa. Da África herdou a base rítmica e o rebolado. Da Europa, aproveitou-se das características das danças ibéricas, como a melodia, o estalar dos dedos, a harmonia...
OGUELE
Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá.
OPANIJE
( Significa "mata e come)
Dedicado a Obaluayie, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. (opa - aceita), (nijé - comer). O ritmo de Obaluaê é o um ritmo pesado, "quebrado" (por pausas) e lento. Este ritmo lembra a circunspeção deste deus das epidemias, ligado à terra. Opanijé, no candomblé é um toque sagrado, entoado para o Orixá Obaluaye, Omolu e Sapata geralmente tocado para a divisão da comida ritual chamada OLUBAJÉ, quando todos em silencio recebem sua porção, e os crentes aproveitam este momento para pedir saúde e longevidade. O orixá dança numa representação simbólica, mostrando sua ligação com os mortos Iku e o seu domínio sobre a terra. O orixá baila numa representação simbólica, mostrando sua conecção com os mortos, IKU e o seu domínio sobre a terra.
QUEBRA-PRATO
Para Iansã, divindade dos raios e dos ventos, toca-se o agó, ilu, ou aguerê de IANSÃ, termos que designam um mesmo ritmo que, de tão rápido, repicado e dobrado, também é conhecido como "quebra-prato". É o mais rápido ritmo do candomblé, correspondendo à personalidade agitada, contagiante e sensual desta deusa guerreira, senhora dos ventos e que tem poder de afastar os espíritos dos mortos (eguns).
SATÓ, um ritmo vagaroso e pesado, é geralmente tocado para Nanã, considerada a anciã das iabás (orixás femininos). SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado.
TONIBOBÉ –
Pedir e adorar com justiça é o seu significado.
Tocado para XANGÔ. São ritmos vivos e guerreiros, chamados Tonibodé e Alujá, e são acompanhados pelos ruídos dos Xerés, agitados em uníssono. No decurso de suas danças, XANGÔ brande orgulhosamente seu machado duplo e assim que a cadência se acelera ele faz o gesto de quem vai pegar num saco Labá, pedras de raio e lançá-las sobre a Terra. O simbolismo de sua dança deixa, a seguir, aparecer seu lado licenciosos e atrevido.
No decorrer de certas festas, Xangô aparece frente à assistência, trazendo sobre a cabeça um Agerê, panela cheia de furos, contendo fogo, e começa a engolir mechas de algodão inflamadas, denominadas Akará, como na África.
CONTATO
Skype: peregrino rakaama
Twitter @Pjrakaama.
linkedin- Peregrino Rakaama
pjrakaama
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