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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Lenda dos Orixás Olodumaré

LENDA dos ORIXÁS










OLODUMARÉ




BEBEDEIRA

Oxalá pôs-se a caminho apoiado num grande cajado de estanho, seu òpá osorò ou paxorô, cajado para fazer cerimônias.
No momento de ultrapassar a porta do além, encontrou Bará, que, entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos.
Bará descontente com a recusa do grande orixá em fazer as oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede intensa.
Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso senão o de furar com seu paxorô, a casca do tronco de um dendezeiro.
Um líquido refrescante dele escorreu: era o vinho de palma.
Ele bebeu-o ávida e abundantemente.
Ficou bêbado, e não sabia mais onde estava e caiu adormecido.
Veio então Olófin-Odùduà, criado por Olodumaré depois de Oxalá e o maior rival deste.
Vendo o grande orixá adormecido, roubou-lhe o "saco da criação", dirigiu-se à presença de Olodumaré para mostrar-lhe o seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá.
Olodumaré exclamou: "se ele está neste estado, vá você, Odùduà! Vá criar o mundo!"
Odùduà saiu assim do além e encontrou diante de uma extensão ilimitada de água.
Deixou cair a substância marrom contida no "saco da criação".
Era terra. Formou-se, então, um montículo que ultrapassou a superfície das águas.
Aí, ele colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras, esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas.
Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais, o que em iorubá se diz ilè nfè, expressão que deu origem ao nome da cidade de ilê ifé.
Odùduà aí se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás, e tornou-se assim o rei da terra.
Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o "saco da criação".
Despeitado, voltou a Olodumaré. Este, como castigo, pela sua embriaguez, proibiu ao grande Orixá, assim como aos outros de sua família, os Orixás funfun, ou "orixás brancos", beber vinho de palma e mesmo usar azeite-de-dendê.
Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida.
Por essa razão, Oxalá também é chamado de Olámòrere, o "proprietário da boa argila".
Pôs-se a modelar o corpo dos homens, mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho de palma e, nos dias em que se excedia, os homens saiam de suas mãos contrafeitas, deformadas, capengas, corcundas.
Alguns, retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se tristemente pálidas: eram os albinos.
Todas as pessoas que entram nessas tristes categorias são-lhe consagradas e tornam-se adoradoras de Orixalá.
Mais tarde, quando Orixalá e Odùduà reencontraram-se, eles discutiram e se bateram com furor.





CRIAÇÃO DO MUNDO

OLODUMARÊ envia 16 divindades menores para criar o mundo.
Entrega a OBATALÁ uma cabaça com areia e uma galinha com cinco dedos. No caminho OBATALÁ bebe vinho de palma, embriaga-se e adormece.
Aproveitando-se disso ODUDUÁ apossa-se de seus pertences, joga a areia na água e põem a galinha em cima. A ave ciscando espalha a areia e faz nascer a terra firme.
Então as outras divindades vem se juntar a ODUDUÁ.
OBATALÁ acordando da bebedeira, arrepende-se e recebe uma nova chance.
OLODUMARÊ lhe da a tarefa de criar os seres humanos . Mas ele se embebeda novamente e começa a modelar anões, albinos, aleijados, etc... ODUDUÁ novamente intervém, anulando os seres criados por OBATALÁ e fazendo crescer pessoas perfeitas, fortes e sadias.
Estabelece-se, então, uma grande rivalidade entre OBATALÁ e ODUDUÁ.
Mas este, coroa-se rei de Ifá a terra de origem iorubá, e envia seus filhos para também, como reis criarem outros reinos.
Nasceram outros reinos inclusive o país Ijexá.



FERRO VERSUS RAIOS

Antes de se tornar mulher de Xangô, Oiá tinha vivido com Ogum.
A aparência do deus do ferro e dos ferreiros causou-lhe menos efeito que a elegância o garbo e o brilho do deus do trovão.
Ela fugiu com Xangô, e Ogum, enfurecido, resolveu enfrentar seu rival; mas este último foi à procura de Olodumaré, o deus supremo, para lhe confessar que havia ofendido a Ogum.
Olodumaré interveio junto ao amante traído e recomendou-lhe que perdoasse a afronta.
E explicou-lhe: "Você, Ogum, é mais velho do que Xangô! Se, como mais velho, deseja preservar sua dignidade aos olhos de Xangô e aos dos outros orixás, você não deve se aborrecer nem brigar: deve renunciar a Oiá sem recriminações".
Mas Ogum não foi sensível a esse apelo, dirigido aos sentimentos de indulgência.
Não se resignou tão calmamente assim, lançou-se à perseguição dos fugitivos e, trocou golpes de varas mágicas com a mulher infiel, que foi, então, dividida em nove partes.
Este número 09, ligado a Oiá, está na origem de seu nome I





FONTE CRISTALINA
Havia uma mulher que tinha dois filhos, aos quais amava mais do que tudo. Levando as crianças, ela ia todos os dias à floresta em busca de lenha, lenha que ela recolhia e vendia no mercado para sustentar os filhos. Ewá, seu nome era Ewá e esse era seu trabalho, ia ao bosque com seus filhos todo dia.
Uma vez, os três estavam no bosque entretidos quando Ewá percebeu que se perdera. Por mais que procurasse se orientar, não pôde Ewá achar o caminho de volta. Mais e mais foram os três se embrenhando na floresta. As duas crianças começaram a reclamar de fome, de sede e de cansaço. Quanto mais andavam, maior era a sede, maior a fome. As crianças já não podiam andar e clamavam à mãe por água. Ewá procurava e não achava nenhuma fonte, nenhum riacho, nenhuma poça d’água. Os filhos já morriam de sede e Ewá se desesperava.
Ewá implorou aos deuses, pediu a Olodumare. Ela deitou-se junto aos filhos moribundos e, ali onde se encontrava, Ewá transformou-se numa nascente d’água. Jorrou da fonte água cristalina e fresca e as crianças beberam dela. E a água matou a sede das crianças. E os filhos de Ewá sobreviveram. Mataram a sede com a água de Ewá.
A fonte continuou jorrando e as águas se juntaram e formaram uma lagoa. A lagoa extravasou e as águas mais adiante originaram um novo rio.


JURAMENTO

Agnes estava jurado por Ikú, e a última coisa que queria fazer era morrer, mas como enganar Ikú ?
Procurou um babalaô, que mandou fazer sacrifícios para Euá.
O Babalaô acompanhou Agnes na oferenda e mandou-lhe colocar... na água, para que depois se pintasse com o sumo delas.
Dito e feito.
Agnes fez o que estava sendo mandado, e ficou tão diferente, cheio de listras.
A morte veio procurar como não o encontrou, voltou para Orum. Lá chegou e disse o que tinha ocorrido a Olodumaré, que Agnes tinha desaparecido.
Olodumaré rindo desfez o mistério, pois ela assumira uma forma diferente, amparado por Euá, senhora da transformação.


MENOS FAVORECIDA

Para Iemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Oxalá, assim como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos.
Iemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal, todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como escrava.
Durante muito tempo Iemanjá reclamou dessa condição e tanto falou, nos ouvidos de Oxalá, que este enlouqueceu.
O ori (cabeça) de Oxalá não suportou os reclamos de Iemanjá.
Oxalá ficou enfermo, Iemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em poucos dias, utilizando-se de ori (banha vegetal), de omi-tutu (água fresca), de obi (fruta conhecida como nóz-de-cola), eyelé-funfun (pombos brancos) e esò (frutas) deliciosas e doces, curou Oxalá.
Oxalá agradecido foi a Olodumare pedir para que deixasse a Iemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças.
Desde então Iemanjá recebe oferendas e é homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos à cabeça.





PODER

Nos primórdios da criação, Olodumaré, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao aiyé (universo conhecido) três divindades: Ogun (senhor do fèrro), Obarixá (senhor da criação dos homens) (2) e Odu, a única mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos ela, que se queixou então a Olodumarê. Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça (igbá eleiye) e ela se tornou então, através do poder emanado de Olodumarê, Ìyáwon, nossa mãe para eternidade (também chamada de Iyami Oxoronga, minha mãe Oxorongá). Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la.
Mas ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarixá foi até Orunmilá fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios, oferendas e astúcia.
Obarixá e Odu foram viver juntos.
Ele então lhe revelou seus segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que adorava Egun. Mostrou-lhe a roupa de Egun, o qual não tinha corpo, rosto nem tampouco falava. Juntos eles adoraram Egun.
Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egun. Com um bastão na mão, Obarixá foi à cidade (o fato de Egun carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com todas as pessoas. quando Odu viu Egun andando e falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou homenagem a Egun e a Obarixá, conformando-se com a supremacia dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egun, e lhe outorgou o poder: tudo o que Egun disser acontecerá. Odu retirou-se para sempre do culto de Egungun."




ROUBO DA CAÇA

Olodumare chamou Orunmilá e o incumbiu de trazer-lhe uma codorna. Orunmilá explicou-lhe as dificuldades de se caçar codorna e rogou-lhe que lhe desse outra missão. Contrariado, Olodumare foi reticente na resposta e Orunmilá partiu mundo afora a fim de saciar a vontade do seu Senhor. Orunmilá embrenhou-se em todos os cantos da Terra. Passou por muitas dificuldades, andou por povos distantes. Muitas vezes foi motivo de deboche e negativas acerca do que pretendia conseguir.
Já desistindo do intento e resignado a receber de Olodumare o castigo que por certo merecia, Orunmilá se pôs no caminho de volta. Estava cansado e decepcionado consigo mesmo.
Entrou por um atalho e ouviu o som de cânticos.
A cada passo, Orunmilá sentia suas forças se renovando. Sentia que algo de novo ocorreria.
Chegou a um povoado onde os tambores tocavam louvores a Xangô, Iemanjá, Oxum e Obatalá. No meio da roda, bailava uma linda rainha. Era Oxum, que acompanhava com sua dança toda aquela celebração. Bailando a seu lado estava um jovem corpulento e viril. Era Odé, o grande caçador.
Orunmilá apresentou-se e disse da sua vontade de falar com aquele caçador.
Todos se curvaram perante sua autoridade e trataram de trazer Odé à sua presença.
O velho adivinho dirigiu-se a Odé e disse que Olodumare o havia encarregado de conseguir uma codorna. Seria esta, agora, a missão de Odé.
Odé ficou lisonjeado com a honrosa tarefa e prometeu trazer a caça na manhã seguinte.
Assim ficou combinado.
Na manhã seguinte, Orunmilá se dirigiu à casa de Odé. Para sua surpresa, o caçador apareceu na porta irado e assustado, dizendo que lhe haviam roubado a caça. Odé, desorientado, perguntou à sua mãe sobre a codorna, e ela respondeu com ares de desprezo, dizendo que não estava interessada naquilo.
Orunmilá exigiu que Odé lhe trouxesse outra codorna, senão não receberia o Axé de Olodumare.
Odé caçou outra codorna, guardando-a no embornal. Procurou Orunmilá e ambos dirigiram-se ao palácio de Olodumare no Orum.
Entregaram a codorna ao Senhor do Mundo.
De soslaio Olodumare olhou para Odé e, estendendo seu braço direito, fez dele o rei dos caçadores. Agradecido a Olodumare a agarrado a seu arco, Odé disparou uma flecha ao azar e disse que aquela deveria ser cravada no oração de quem havia roubado a primeira codorna.
Odé desceu à Terra. Ao chegar em casa encontrou a mãe morta com uma flecha cravada no peito.
Desesperado, pôs-se a gritar e por um bom tempo ficou de joelhos inconformado com seu ato.
Negou, dali em diante, o título que recebera de Olodumare.


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