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sexta-feira, 25 de março de 2022

Lenda dos Orixás Oxumaré

LENDA dos ORIXÁS







OXUMARÊ



ADVINHO

O adivinho do rei Oni.
Sua única ocupação era ir ao palácio real no dia do segredo; dia que dá início à semana de quatro dias dos iorubas.
O rei Oni não era um rei generoso.
Ele dava apenas, a cada semana, uma quantia irrisória a Oxumarê que, por esta razão, vivia na miséria com a sua família.
O pai de Oxumarê tinha um belo apelido.
Chamavam-no o proprietário do xale de cores brilhantes.
Mas, tal como seu filho, ele não tinha poder.
As pessoas da cidade não o respeitavam.
Oxumarê, magoado com esta triste situação, consultou Ifá.
-Como tornar-se rico, respeitado, conhecido e admirado por todos?
Ifá o aconselhou a fazer oferendas.
Disse-lhe que oferecessem uma faca de bronze, quatro pombos e quatro sacos de búzios da costa.
No momento que Oxumarê fazia estas oferendas, o rei mandou chamá-lo.
Oxumarê respondeu:
Pois não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia.
O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumarê, recriminou-o e negligenciou, até a remessa de seus pagamentos habituais.
Entretanto, voltando à sua casa, Oxumarê recebeu um recado:
Olokum, a rainha de um país vizinho, desejava consultá-lo a respeito de seu filho, que estava doente.
Ele não podia manter-se de pé, caía, rolava no chão e queimava-se nas cinzas do fogareiro.
Oxumarê dirigiu-se à corte da rainha Olokum e consultou Ifá para ela.
Todas as doenças da criança foram curadas.
Olokum, encantada com este resultado, recompensou Oxumarê.
Ela ofereceu-lhe uma roupa azul, feita de um rico tecido.
Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo, com o qual Oxumarê retornou à sua casa, em grande estilo.
Um escravo fazia rodopiar um guarda-sol sobre a sua cabeça e músicos cantavam seus louvores.
Oxumarê foi saudar o rei.
O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe:
-Oh! De onde viestes? De onde saíram todas estas riquezas?
Oxumarê respondeu-lhe a rainha Olokum o havia consultado.
Ah! Foi então Olokum que fez tudo isto por você!
Estimulado pela rivalidade, o rei Oni ofereceu a Oxumarê uma roupa do mais belo vermelho, acompanhada de muitos outros presentes.
Assim, Oxumarê tornou-se rico e respeitado.
Entretanto, Oxumarê era amigo de Chuva.
Quando Chuva reunia as nuvens, Oxumarê agitava sua faca de bronze a apontava em direção ao céu, como se riscasse de um lado a outro.
O arco-íris aparecia e Chuva fugia.
Todos gritavam: Oxumarê apareceu !
Oxumarê tornou-se muito célebre.


ARCO IRIS

Entre as águas, Euá foi surpreendida pelo encanto e maravilha do Arco-Íris.
E dele Euá loucamente se enamorou.
Era Oxumarê que a encantava.
Euá casou-se com Oxumarê e a partir daí vive com o Arco-Íris, compartilhando com ele os segredos do universo.

AVISO


Ela lhe diz que não pode ser morta por ele, pois não é um bicho de penas, ele pouco se importou com o aviso, e matou-a com a lança, cortando-a em diversos pedaços e levando para casa para ele mesmo preparar um guisado, com o qual se refastelou.
No dia seguinte, Oxum, sua esposa, prevendo muitas catástrofes, por causa da quebra de tantos tabus, encontra Odé, deitado no chão morto e rastros de cobra que iam em direção a floresta.
Oxum chorou tanto e tão alto que Ifá, condoído pela sua dor, fez Odé, o caçador, renascer sob a forma divina de Oxóssi.


BELA PRINCESA


Um dia, quando se banhava no rio, um arco-íris se formou diante dela.
A imensidão da luz impressionou Euá, a qual sentiu que alguém a protegia e envolvia.
Correu para contar aos outros habitantes da região o que presenciara, mas, assim que deixou a água, olhou para trás e viu que o arco íris desaparecera, restando apenas algumas moedas no local.
No outro dia, a cena se repetiu. Ela seguiu então em direção ao rio para ver onde terminava o arco-íris.
Nadou por três dias e três noites, até chegar à outra ponta.
Lá havia uma coroa de ouro, que Euá, cheia da curiosidade, tomou nas mãos.
Então Oxumarê, o Orixá da riqueza, apareceu diante dela, dizendo-se encantado com sua beleza.
Euá se apaixonou pelo deus e pediu-lhe que a transformasse num Orixá.
Assim transformou-se numa cobra, vivendo para sempre com Oxumarê.



CILADA

DESCOBERTA
Provocou um grande vento e o azê foi levantado.
Ficou surpresa por que o rosto de Obaluaê era belíssimo. Obaluaê gosta muito de Oiá e de sua espontaneidade desinteressada.
Ela é alegre, bonita, brejeira e generosa muitas vezes Oiá acompanha Euá em suas inúmeras viagens ao céu, rumo ao reino de Oxumarê, e em contrapartida Oiá é acompanhada pela Euá no transporte dos espíritos do aiê ao orun.

DESOBEDIÊNCIA

Contudo, como novamente eles haviam desobedecido os preceitos de Orunmilá, Oxumarê nasceu sem braços e sem pernas, com a forma da serpente, rastejando pela terra, e ao mesmo tempo com corpo de homem.
Mais uma vez decepcionada, Nanã abandonou Oxumarê.
Oxumarê entretanto possuía grande capacidade adaptativa e, mesmo sem membros para locomover-se, aprendeu a subir em árvores, a caçar para comer, a colher as batatas doces de que tanto gostava, a nadar e possuía imensa astúcia e inteligência.
Orunmilá, o deus da adivinhação do futuro admirando-se e apiedando-se dele tornou-o um orixá belo, de sete cores de luz, encarregando-o de levar e trazer as águas do céu para o palácio de Xangô.
É Oxumarê portanto quem traz as águas da chuva e é a ele que se pede que chova.
Como seu percurso era longo, Oxalá, seu pai, fez com que ele tomasse a forma do arco-íris quando tivesse esta missão a realizar.
Com as águas da chuva, Oxumarê traz as riquezas aos homens ou a pobreza. Oxumarê vive com sua irmã Euá no fim do arco-íris.


DEU COBRA


Como a justiça existe, estas gentes sempre se estragam.
Havia um homem muito metido, andava de nariz em pé. Era casado com uma filha de escravo, ..., que vivia assustada com medo de apanhar do marido.
Apavorada, longe das suas origens resolveu apelar para Euá.
E um belo dia, teve um sonho.
Sonhou que estava perto de um córrego raso, de águas límpidas e dentro dela saía uma voz que a chamava, ..., não via ninguém só ouvia a voz macia e aveludada.
Olhando melhor viu uma cobra enorme em cima de uma pedra, no riacho.
A cobra era amarela e preta, com escamas brilhantes como ouro.
Não sentiu medo, sentiu ser o animal um encantamento de Euá, que mandou que ela bebesse um pouco da água do rio e ... acordou cheia de confusão.
Poucos dias depois o marido chegou em casa, depois do trabalho, e perguntando o que tinha para jantar, ela respondeu que tinha carne desfiada com quiabo, prato predileto do marido.
Para espanto da mulher, até disse que odiava aquela comida, tirou o cinto para bater na esposa e viu que o cinto tinha se transformado numa cobra... apavorado largou a cobra no chão, que se transformou em cinto.



INTERFERÊNCIA

Ele era um grande babalaô, curandeiro e vidente. Seus dons eram tão grandes, que ele adivinhava tudo que iria acontecer e orientava as pessoas para mudarem os fatos segundo seu gosto. Isso começou a interferir nos destinos das pessoas e a prejudicar os projetos dos Orixás.
Por isso, os Orixás decidiram afastá-lo da humanidade. Falaram com Olorum, que transformou Oxumarê num arco-íris, que deveria ficar para sempre no céu.
Mas Oxumarê tanto pediu, que conseguiu autorização para voltar a ter contato com os humanos de 3 em 3 anos.



INVESTIMENTO


Oxumarê pensou e respondeu:
Senhora dos Oceanos, é preciso que faças um investimento, me dando seis mil búzios.
-Sim , respondeu, Olokum.
Oxumarê apontou para a própria casa de Olokum, o mar, explicando-lhe que nas partes rasas poderia encontrar o que procurava.
Olokum ficou tão feliz que deu à ele, além dos seis mil búzios, a capacidade de transformar-se em serpente e poder, com a ponta do rabo tocar a terra e com a cabeça tocar o céu.
Com tal poder Oxumarê transformou-se em serpente esticou-se até a terra de Olorum, no céu e com os seus seis mil búzios falou ao criador:
-Pai cheguei até o Senhor. Tive de esticar-me demais para pedir-lhe ajuda, para fazer de mim aquele que tem capacidade de dobrar tudo que tem.
E Olorum dobrou o número de búzios de seis para doze mil. Daí pra frente Oxumarê passou a ser consultado sobre os grandes negócios.
Xangô fez dele seu consultor e grande conselheiro, aumentando sua riqueza de Deus do Trovão, ao mesmo tempo que a do próprio Oxumarê.


MEDO DAS ALTURAS


Euá muito linda, tão linda como as manhãs ensolaradas, e tinha inúmeros pretendentes, mas não queria contrair matrimônio com nenhum deles.
Queria permanecer solteira e casta.
Sua vida se resumia na tarefa de fazer cair a noite, puxando o sol com o arpão, ela era o próprio horizonte, o exato lugar de encontro entre ôrun e o aiê. Nanã preocupada foi consultar um babalaô, pedindo ajuda a Orumilá: que fosse feito algo que mudasse a cabeça de donzela tão teimosa.
Quando Euá soube da intenção de Nanã, chorou tanto, que Oxumarê, apiedou-se e levou-a para o céu, escondendo atrás do arco-íris, num local onde Nanã não tem acesso.


NOVA MORADA

Ele mandou chamar Oxumarê e o mal dos seus olhos foram curados.
Depois disto, Olodumaré não deixou mais que Oxumarê retornasse à Terra.
Desde este dia, é no céu que ele mora e só tem permissão de visitar a Terra a cada três anos.
É durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas.

O MENSAGEIRO

Resolveram arranjar um criado que facilitasse a comunicação entre os dois.
Falaram com Oxumarê, que aceitou servir de mensageiro entre eles.
Só que, durante a metade do ano em que é o arco- íris, Oxumarê levava as águas de Oxum para o céu; não chovia e a terra ficava seca.
Por isso, Oxumarê resolveu que, nos seis meses em que fosse cobra, deixaria o serviço.
Nesse período, xangô precisa descer até Oxum, e então acontecem os temporais da estação das chuvas.


RESSENTIMENTO

Oxumarê nasceu como uma linda menina que recebeu o nome de Bessém; mas, seis meses depois, ela se transformou numa serpente que saiu se arrastando e pelos seis meses seguintes vagou pelo mundo.
E esse foi seu destino desde então.
Por isso, Oxumarê tem ressentimento da mãe, pois não pode nem namorar, pois os homens fogem apavorados quando a moça vira cobra.


REVOLTA


Aos poucos Bessém revoltou-se com sua mãe Nanã, pois não conseguia ter um amor que durasse por muito tempo. Seu companheiro sempre desaparecia quando ela se transformava em monstro.
Um dia Oxumarê encontrou Bará e este, como sempre apreciou criar discórdias, semeou um conflito entre o deus do arco-íris e a velha Nanã, aconselhando Oxumarê a tomar a coroa do Reino de Jeje, que pertencia a Nanã.
Oxumarê foi ao palácio de Nanã aterrorizando a todos. Nanã suplicou-lhe que não matasse ninguém, tentando dissuadir o filho de seu intento.
No entanto, acabou entregando-lhe a sua coroa de rainha. Desde então Oxumarê reina sobre os Jejes, no entanto continua sendo um monstro chamado Oxumarê e uma linda mulher chamada Bessém.


SILÊNCIO

Num belo dia de sol, depois de muitas tempestades, sentiu-se ofuscada por uma chuva de luzes e cores: o arco-íris se refletia nas águas.
Euá se emocionou com tanta beleza, e se enamorou de Oxumarê, o grande senhor dos céus, que se transforma em , a serpente.
Oxumarê também se apaixonou e levou-a para as alturas, transformando-a na faixa branca do arco-íris, a que mais reflete a luz, fazendo dela sua companheira e confidente.


TAREFA

Sua tarefa consistia em carregar, dentro de suas cabaças, toda água da Terra de volta para o céu.
Era uma tarefa árdua e interminável, pois, nem bem ele enchia as nuvens, a água já começava a escorrer, molhando tudo novamente.
Ele não tinha tempo a perder, mas, numa dessas viagens, parou para olhar a Terra e viu um imenso lugar, onde tudo era extraído da lama. Estava faltando alguma coisa para dar mais alegria ao lugar.
O próprio Oxumarê já tinha colocado em movimento todos os seres criados, como Olorun havia ordenado, mas ainda não bastava, tudo parecia muito igual e sem vibração.
Ele resolveu, então, pedir a Deus que o ajudasse a encontrar uma maneira de trazer mais felicidade para a Terra, e Olorun concedeu a ele a realização desse desejo.
Quando estava carregando água, sem querer, deixou cair algumas gotas pelo caminho. De repente, formou-se um arco colorido, de uma beleza incrível.
Aquele arco mostrava as cores do universo, e, através dele e de suas infinitas combinações, Oxumarê poderia colorir toda a Terra com diversos matizes, tornando-a mais alegre e vibrante.
A partir de então, formou-se uma aliança entre Olorun e os seres criados, que sempre poderia ser vista quando as águas do céu encontrassem a luz do sol.
O arco-íris tornou-se, também, símbolo desse Orixá, que gosta de movimento e harmonia em todas as coisas.

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