ORIXÁ EUÁ
R-18-280916
Euá é considerada no culto
como filha ou irmã gêmea de Nanã, enquanto Nanã é a chuva misturada com terra
transformada em lama, Euá é a chuva clara que cai do céu, o lado branco do
arco-íris.
Ligada aos rios e maRés,
águas calmas e claras.
Rege as transformações e a
alegria, semelhantes à leveza das nuvens e da chuva.
Euá, como a lua, tem um
reino cheio de imprevistos e miragens.
Senhora dos disfarces, das
artes, da música e da poesia.
A mãe protetora dos
artistas.
Dona do rio e da lagoa.
Orixá iabá muito
arisca e de culto raro.
Atributos ou conceitos de
Oiá e de Oxum estão contidos em Euá: transformação, caça, guerra, feminilidade,
disfarce, poder, pioneirismo, praticidAde e beleza.
Euá só se mostra para quem
ela quer e quando bem entende.
Assim procede, por que seu
humor não é dos melhores.
Algumas lendas [ver lenda
dos orixás], retratam Euá como uma mulher correta, vistosa e bastante bela, que
detesta fuxicos e que falem alto perto de seus assentamentos.
Não suporta ouvir palavras
de baixo-calão ou ditos ofensivos.
Protege as donzelas e
mulheres que não conseguem engravidar.
Embora em determinadas
lendas é casada e mãe de filhos, ela é considerada como orixá da castidade,
amante da solidão e do silêncio.
Envaidece ao olhar seu
belo reflexo nas águas dos rios onde mora, mas não admite ser toKada por homem
algum.
Euá é vingativa e
ressentida. Suas explosões são sem retorno, quando enfurecida.
Senhora das poções e
venenos.
Nas matas Euá confunde os
invasores e caçadores com sons de pássaros, gargalhadas e chocalhos de
cascavéis. Cria cheiro de fumaça que não existe.
Por isso, o principal
pedido que se faz a Euá, em época de grande necessidade, é de que sejamos
invisíveis para os inimigos, que desapareçamos perante olhos e ouvidos dos
nossos desafetos.
Euá ensina o homem a arte
de tornar idêntico o que na realidade é semelhante: idêntico é ilusão, e ela é
senhora dAs ilusões.
Euá se transforma em
galinha que espalha sementes pela terra por perceber que o pé de galinha
propiciaria a tarefa de arar a terra.
Senhora das artes, das
possibilidades, da sensibilidade, da solidão, e do desapego mundano.
Jamais come galinha, nem
pimenta-da-costa.
Suas obrigações são sempre
arriadas por mulheres, jamais por homem.
Olodumarê-Olórum,
encarregou sua filha Euá de ser a senhora da sabedoria e visão, a decifrAdora e
comunicadora dos símbolos existentes, que juntam e separam o orum do aiê.
Euá, que é 'ewarí',
senhora da percepção, estabelece a diferença entre o masculino e o feminino,
separando o dia da noite, o claro do escuro, o quente do frio e assim por
diante.
Ela é o poder sobre a
percepção de todos os seres, com o dom de fazer aparecer e desaparecer coisas,
quer estejam na terra aiê ou se encontrem no orum, o céu.
Ao lado de Iroco,
princípio masculino que forma a ponte entre o céu e a terra, ela é guardiã da
fronteira que separa o 'aiê' do 'orum', impedindo que os dois se fundam
novamente o que seria um caos.
Ela é a eternidade, a dona
do saber dos dois mundos, aquela que liga o conhecimento entre orum e aiê, que
organiza e classifica o contato entre os dois.
Euá também participa na
escolha difícil do ori, quando solicitada.
Também do formato físico.
Euá também esta ligada às
transformações orgânicas e inorgânicas, que se sucedem no Planeta.
É a mágica da
transformação. Está ligada à mutação dos animais e vegetais.
Ela é o desabrochar de um
botão de rosa, é a lagarta que se transforma em borboleta, é a água que vira
gelo e o gelo que vira água, faz e desfaz, num verdadeiro balé da Natureza.
Senhora do belo, Euá é
aquela que vai dar cor aos seres, torná-los bonitos, vivos, estimulando a
sensibilidade, a fragilidade das coisAs, a transformação das células, gerando o
que há de mais lindo no mundo.
É a deusa da beleza, é o
sentimento de prazer pelo que é belo, é o respeito pela maravilha que o mundo
apresenta.
A força natural Euá é
ligada também à alegria, dividindo com Ibeji a regência daquilo que se chama ou
se tem como feliz. Está presente nas coisas e nos momentos alegres, que têm
vida.
Euá é a dona do saber dos
dois mundos por direito próprio, responsável pela passagem perceptiva de um
estado para outro, proporcionando a suavização das mensagens, cifrando-as,
impregnado-as de símbolos, quebrando muitas vezes a sequência lógica.
A Euá foi dado o poder de
comunicar-se entre os seres de vários níveis, bons, maus, e de ser guardiã da
sabedoria, a padroeira da inteligência perceptiva.
Considerada filha de
Obatalá e Oduduá, as duas metades da cabaça que compõem o orum e aiê.
Euá é casta e tímida, vive
distante da companhia dos homens.
Dona das fantasias e dos
sonhos.
Ela classifica a síntese
dos seus genitores, classifica e separa os dois mundos, tal qual o opaxorô
propiciando a coexistência dos opostos que se atraem e se completam.
Os poderes de Euá ligados
a transformação, aos sentidos e aos sonhos estão diretaMente relacionados com o
elemento ar, o sopro vital de Obatalá.
Há mitos que atribuem a
esse orixá feminino a condição de esposa de Oxumarê, o arco-íris que brilha nos
ares, mas também irmã, acolhida após a fuga dela das mãos de Xangô.
Como filha de Oduduá,
entretanto Euá também pertence ao elemento terra.
Consome epô com prazer.
Em alguns mitos, Euá mora
no cemitério e é bastante ligada a Obaluaê e Nanã, o senhor da terra e a iabá
da morte.
Neste mito é responsável
pela transformação de tudo que é vivo em matéria morta, em cadáver.
Também se apresenta como
caçadora solitária.
Caça com Odé, disputando
com o atirador, o manejo do arco e flecha.
Ajudou o chefe caçador com
disfarces imitando animais.
Euá também pertence a
água, na condição de dona das águas da chuva, águas caídas do céu, o domínio de
Oxumarê.
Há mitos que dizem que ela
habita nas fontes e nascentes dos rios límpidos, seu espelho, proibido pAra os
homens.
Ou jafusi inanga
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