ÀBÍKÚ
R-18-261016
NÓS NASCEMOS PARA MORRER VARIAS VEZES...
Por acaso é novidade? Para
mim os espíritos ÀBÍKÚS têm ligação diReta com a vida e a morte.
São espíritos muito
evoluídos.
No Brasil se conota a
morte como uma coisa terrível, mas ela é a certeza da vida, de tudo no mundo a
certeza maior é que nascemos para morte, com isso, da mesma forma que se agrAda
a vida se agrada a morte.
A religião espírita como
um todo admite e cultua a reencarnação, portanto sabemos que não existe a
chamada “morte”, pelo menos temos certeza que bonitos e ricos irem para um lado
e pobres e feios para o outro não passa de chaKota.
Como no término de um jogo
de xadrez, rei, rainha, cavalo, peão, amigos e inimigos vão todos para a mesma
caixa.
A realidade é muito mais
complexa, perfeita, mesmo que tenhamos que conviver com situações de
sofrimento, dor, agonia, e tantas sensações outras para a redenção, evolução.
Da mesma maneirA que
existe o sofrimento no surgimento da borboleta, necessário para fortalecer a
suas asas e o corpo como um todo, também é necessário ajustes para que o ser humano
evoluí.
Impossível ao longo de uma
jornada de milênios querer em uma encarnação resolver todas as pendengas, até
por que, adquirimos umAs tantas outras.
Reencarnação sucessivas,
organizadas, administradas por mentes evoluídas e em evolução é a medida mais
correta e isenta.
Todos somos iguais para o
PAI clemente e misericordioso, que ousamos chamá-lo de Grande Arquiteto do
Universo. Perfeito, simplesmente perfeito em todas as suas formas de
realização.
Acreditamos que
continuamos com nossa individualidade, mantemos nossa personalidade mesmo
despojados do corpo físico.
Esse sim descartável.
Ora se não é isso uMa certeza de vai e vem?
Não admissível então que
nasçamos com uma certeza, que voltaremos a esfera espiritual, ou seja,
morreremos para as coisas terrena, materiais.
Então por que tAnto
alvoroço, tanta especulação, em relação aos ÀBÍKÚS?
São espíritos de cRianças
marcadas por várias mortes e retornam, reunindo-se num pé de Irocô para brincar
e chamar as crianças-ÀBÍKÚS vivas.
Da mesma forma que temos
os exús, caboclos e demAis entidades que servem de intermediários entre nós e
as entidades superiores possuem entidades que fingem ser elas para exeKutar
tarefas e mentiras em nome das verdadeiras, temos nós os Eres-Ibejis, que tendo
formas infantis trabalham na intermediação entre os orixás e nós, mas também
sofrem a mesma situação, pois muitas crianças desejosos de manterem-se na vida
espiritual, ou usar de meios energéticos sutis, usam desses meio pAra executar
sua justiça degradante com as pessoas encarnadas, com as crianças, com a
sociedade.
Falange, grupo muito bem
estruturado e claro que contam com ajuda de entidades "adultas" para
a execução de tArefas principalmente a vingança.
As mortes destas crianças
geralmente foram mortes violentas, acidentes com mutilações ou comprometimentos
de órgãos.
Encaixam-se nesse grupo os
que foram vítimas de homicídios, principalmente com requintes de crueldades.
Crianças vítimas de abortos, crianças abusadas fisicamente e mentalmente.
A crença de que os ÀBÍKÚS
são entidades maléficas, se da em parte ao problema físico que em muitos casos
eles ocasionam para suas mães.
O motivo não é difícil de entender.
Como já disse, muitas
dessas crianças foram rejeitadas em outras ocasiões, sofreram com abortos
provocados, atrocidades das mais diversas e reconhecendo as futuras mães, pais
e parentes e até mesmo nos seus irmãos elementos que criaram problemas no
passados tentaM de alguma forma vingarem-se.
Muitas vezes a mesma
criança organiza seu nascimento várias vezes, deixando o corpo inerte em
seguida, outros não chegam a nascer e ou quando nascem e ficam alguns meses,
pArtem para o orun.
ÀBÍKÚ ou eméré foRmam
sociedades no céu (egbé òrun), presididas por lyajansa (a mãe-se-bate-e-corre)
para os meninos e olókó (chefe da reunião) para as meninas mas é Aláwaiyé (Rei
de Awayé) que as levou ao mundo pela primeira vez na sua cidade de Awaiyé.
Lá se encontra a floresta
sagrada dos ÀBÍKÚS, aonde os pais de ÀBÍKÚS vão fazer oferendas para que eles
fiquem no mundo.
Quando eles vêm do céu
para a terra, os ÀBÍKÚS passam os limites do céu diante do guardião da porta, o
aduaneiro do céu onjbodé òrun, seus compAnheiros vão com ele até o local onde
eles se despedem.
Os que partem declaram o
tempo que tencionam ficar no mundo e o que farão.
Se prometem a seus
companheiros que não ficarão ausentes, essas crianças, apesar de todos os
esforços de seus pais, retornarão, para enKontrar seus amigos no céu.
Quando Aláwaiyé levou
duzentos e oitenta ÀBÍKÚS ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinha
declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria ficar no mundo.
Um deles se propunha a
voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe, um outro, que iria esperar até o
dia em que seus pais decidissem que ela se casasse, um outro, que retornaria ao
céu, quando seus pais concebessem um novo filho, um ainda não esperaria mais do
que o dia em que começAsse a andar.
Outros prometem a
lyàjanjasà, que está chefiando a sua sociedade no céu, respectivamente, ficar
no mundo sete dias, ou até o momento em que começasse a andar ou quando ele
começasse a se arrastar pelo chão, ou quando começasse a ter dentes ou ficar em
pé. Resumindo: cada um fez uma promessa.
Nossas histórias de Ifá
nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter
no mundo esses ÀBÍKÚS e lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo
assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque,
uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se
arriscam a perder o poder sobre eles.
Os ÀBÍKÚS encarnados se
perderem o tempo proposto para voltar ao Orun, criam uma situação de atrito com
os que ficaram esperando, então, devemos fortalecê-los para evitar que, os que
esperam não possam mais influenciar os encarnados.
A influência pode ser de
várias maneiras, desde de sonhos, pesadelos, acidentes inesperAdos, estados de
demência mental, atrofia de membros, vampirismo, estímulos ao agrupamento com
mentes deturpadas e desequilibradas, pois embora sejam entidades definidas como
crianças sabemos que sua forma engana, pois é uma energia espiritual tanto
quanto a de um adulto, apenas a forma esta condensada, coMpactada numa visão
etérea, infantil, tendo plena condições de obsessões ferrenha, que para eles
tem justificativa.
Trabalho bem organizado
para os que ficam, ou melhor, devam ficar e para os que estão lá pode fazer com
que os encarnados encontre motivos, um outro caminho, estimulados pelo
mecanismo das oferendas, que devem ser tanto para os encarnados como engambelo
para os que estão no plano espiritual.
Os pais tem que saber,
desmistificar e por em prática os ensinamentos para a má sorte poder ser
modificada, numa certa medida, quAndo certos segredos são conhecidos.
É importante identificar o ÀBÍKÚ.
Seu passado, para entender
o que pretende fazer.
No caso, as condições nas
quais o ÀBÍKÚ deixou o mundo em outRa ocasiões.
Esta noção sobre a
importância de conhecer certos segredos é também expressa no conhecimento que
se tem quando os ÀBÍKÚS combinam a chegada no aiê.
A fraternidade de meninos
e meninas fazem suas combinações de códigos que se forem quebrados obrigam eles
a ficarem no plano terrestre, o que seria para eles um castigo, portanto eles
não deixam que suas combinações sejam descobertas pois furaria o acordo entre
eles e os colegas que estão no Orun.
Quando um encarnado souber
fará o necessário para que eles quebrem a palavra.
É por isso que Ifá quando
consultado orienta oferendas que furam o bloqueio secreto dos ÀBÍKÚS.
Essas oferendas são
penduradas nas árvores acompanhadas de prAtos de alimentos e doces.
As cerimônias serão feitas
todos os anos, durante sete anos seguidos, e sempre observado pelo Baba, que
poderá após consulta a Ifá determinar os axés até vinte e um ano.
Outras determinações pedem
axé todos os anos até vinte e um e de sete em sete até quarenta e nove anos,
quando ficará definitivamente no meio da família.
Tais oferendas são, com
efeito, uma forma de expressão sem acompanhamento de palavras artiKuladas, o
discurso é substituído pela apresentação dos objetos, provando que a oferenda
conhece os segredos, fazendo-o assim participar do pacto dos ÀBÍKÚ.
Entre as oferendas que
podem variar desde trajes de roupas, brinquedos, folhas, frutos, comidas
diversas inclusive a que a entidade ÀBÍKÚ gostava em alguma fase de sua
anteriores reencarnações, buscando sempre colocar ele em condições de se religar
com os encarnados e desligar-se do reino antecedente.
As ofertas constituem uma
espécie de mensAgem, é acompanhada por encantamentos.
A intenção é através de
rituais afastar os antigos companheiros e dar motivo para o encarnado continuar
no meio, apoiado material e permanente na mensagem dirigida pelos elementos
protetores contra os elementos hostis, sendo essa forma de expressão menos
efêmera do que a palavra.
Quando existe a
necessidade são colocAdo os xaorôs, anéis providos de guizo, usados nos
tornozelos pelas crianças ÀBÍKÚS para afastar os companheiros que tentam no
mundo lembrar-lhes suas promessas.
De fato, seus companheiros
não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos ÀBÍKÚS, retidos no
mundo pelas oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de
acordo com o conselho dos babalaôs.
0s membros da sociedade
dos ÀBÍKÚ, egbé ará òrun, vêm do céu residir nos lugares pantanosos ou nos
regatos, donde chamam as crianças que querem ficar no mundo, como também a
volta da árvore Iroco.
Mas nem seMpre precauções
e oferendas são suficientes para reter as crianças sobre a terra.
lyájanjasa é muitas vezes mais forte.
Ela não deixa agir o que
as pessoas fazem para os reter.
Os corpos dos ÀBÍKÚ que
morrem, são frequentemente mutilados, a fim de que, seu perispírito, dizem,
percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com eles,
sobretudo para que o espírito do ÀBÍKÚ, maltratado deste modo, não deseje mAis
vir ao mundo.
É importante que uma
cRriança quando identificada como sendo um ÀBÍKÚ receba o tratamento adequado
para que se mantenha com força suficiente de alcançar a maturidAde e o
esquecimento total dos laços antigos.
O esquecimento parcial
gira em torno de 17 anos e o total 49 anos de idade, logicamente depende da
qualidade e força vibracional dos ÀBÍKÚS envolvidos, da maneira que serão
administrados os axés, o meio ambiente, os laços familiares.
Às crianças ÀBÍKÚS que
conseguem sobreviver, são dados nomes específicos que fazem referência à sua
especial Kondição de nascimento.
Isto deverá ocorrer
sempre, no sétimo dia depois de seu nascimento - se for menina, ou no nono dia
- se for menino.
No caso de gêmeos, os
nomes serão dAdos no oitavo dia após o nascimento.
Esta festividade que
comporta um ritual é denominAda Ikomojade, e tem por finalidade principal, dar
aos ÀBÍKÚS, mesMo que de maneira discreta, nomes que desestimulem sua volta ao
Orun, alguns dos quais de conhecimento geral, relacionAdo como por exemplo:
Igba - que a riqueza não
se perca.
Aiye Dun - a vida é doce.
Aiye Lagbé - ficamos no
mundo.
Apaara - frequenta minha
casa.
Apara - aquele que vai e
vem.
Akisotan - não existe mais
mortalha para o sepultamento.
Akuji – o que está morto,
desperta.
Ajuki - o morto viverá.
Amatunde – o menino que
retorna.
Ayomu mo - vai pra o céu e
volta.
Bajoko – senta-se ao meu
lado.
Banjokô - sente-se e fique
comigo.
Buro-Orí-Iké - fica,
espere e veja como serás mimado.
Duro – me atende e fica.
Duro Joyé – continua a
gozar a vida.
Durosimi - espere para me
enterrar quando eu morrer.
Ebe Loko – implora pra
ficar.
Ení Lolobo – alguém partiu
e voltou.
Enú- Kún-Onipê - o
consolador está cansado .
Igbe Koyi - nem a floresta
quer você- a selva rejeita essa criança.
Jekiniyin - permita que eu
tenha um pouco de respeito.
Jekin-niyin – me dá seu
preço.
Ifari – chamemo-lhes.
Iletan – está acabado.
Inu Kuno naipe – estou
cansado (a) de receber pêsames.
Ikú Faryin – a morte
perdoa.
Ikú Okura – a morte é
apenas um nome.
Kaje Yu – não é aceito pra
morrer.
Kike – indulgente.
Kokun – não morras mais.
Koni Bi Re – não vai lá.
Kosile – não vai enterrar
mais.
Kosokó - não existe mais
terra- a terra acabou.
Kosoko – não vai cruzar o
túmulo.
Kumipayi – Kuti – a morte
não mata mais este aqui.
Maku – não morre mais.
Malómo - não vá embora
novamente.
Matnami – não larga mais a
vida.
Obi Mesan – não vingarás.
Okú - o morto.
Oku se Hiyn – o morto que
retorna.
Omotundé – a criança
voltou.
Orun Kun – o céu está
cheio.
Ratini – suporta-me.
Sinmi – é difícil ficar
enterrado.
Shome – difícil fazer as
crianças permanecer.
Tijú-Icú - envergonhe-se
de morrer.
Tijuiko – vergonha da
morte.
Tomi Mowo – quem sabe como
cuidar.
Toyé – se ficares, receberás
homenagens.
Wojú – difícil olhar para
os meus olhos.
Como se vê, os nomes ÀBÍKÚ
renegam a moRte e a possibilidAde de retorno ao Egbe Orun.
Ressaltam a vida e o
quanto é bom desfrutar das Koisas existentes sobre a TerrA, principalmente o
amor dos pais e irmãos. Estas crianças devem ser chAmdas, sempre, por estes
noMes, o que ajudA o rompimento definitivo do seu vínculo com o grupo Emeré.
PeRiodicamente oferecem-se
comidas ritualísticas às crianças ÀBÍKÚS, o que acontece, invariavelmente, por
ocasião de seus aniversários natalícios, produzidas principalmente, com feijões
e óleo de palma.
Acredita-se que durante
estes festivais, os espíritos ÀBÍKÚS se apresentam e, ao participarem do
evento, são apaziguados.
Por eles não terem templo,
assentamentos, ou local específico para receberem homenAgem, mas da mesma forma
que entidades outras sentem a necessidade de quando estavam encarnados, os
ÀBÍKÚS sofrem de fome, sede e frio, uma vez que ninguém oferece o sacrifício
para eles e eles, nem rituais especiais para ajudarem a se equilibrar
energetiKamente, propiciando melhorar sua condição de entrada os corpos de
bebês recém-nascidos.
Os axés normais de ÀBÍKÚ o
caruru trAdicional oferecido aos ibeji. Este caruru não é outra coisa senão o
obèlá da cerimônia dos ÀBÍKÚ e preparado do mesmo modo.
Oká (pasta de inhame).
Obèlá (espécie de caruru). Èkuru (feijão moído e cozido nas folhas). Eran
dindi, eja dindin (carne e peixe fritos).
Os sete meninos
representam os gemeos Cosme e Damião, Dois-Dois (deformação de Idowu, aquele
que, entre os iorubás, nasce depois dos gêmeos Táiwo e Kèánindé) Crispim,
Crispiniano, Sal e Tàlèbí.
Em sua prece a tanyinon
tinha evocAdo Sàlàkó, que com Tàlàbi são os nomes dados aos meninos e meninas
que vem ao mundo com pedaços de meMbrana rompida sobre a cabeça; circunstância
excepcional do seu nascimento que os aproxima da sociedAde dos ÀBÍKÚ .
Os ÀBÍKÚ desencaRnados se
associam à entidades outras com a finalidade de fazer cumprir os contratos
anteriores entre eles e os que estão encarnados, que esquecem a união por
estarem com o espesso véu da veste física.
Como coloquei
anteriormente a sorte (destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando
certos segredos conhecidos são aplicados de maneira correta e em tempo hábil,
dentre os elementos que podem ser utilizados as folhas mensageiras são
importantes, embora não tão usadas.
A próxima criança gerada
pela mãe do falecido, se apresentar uma das marcas feitas no cadáver de seu
irmão, se possuir lóbo duplo ou bipartido numa das orelhas, ou ainda, se
possuir um sexto dedo num dos pés ou mãos, estará caracterizAndo a presença do
ÀBÍKÚ devendo ser imediatamente submetida aos rituais que lhe preservarão a
vida e que, da mesma forma que os procedimentos relativos ao cadáver de seu falecido
irmão, só podem ser ministrados por um sacerdote do culto de Ifá,consagrado e
especializado neste tipo de ritual.
Assegurado o nascimento da
criança, e tendo esta efetivamente nascida com vida, deverá então ser submetida
aos rituais propiciatórios, para que o espírito permaneça naquele corpo, com a
garantia de que será aquela a sua última enKarnação.
Um ebó será preparado, com
um pedaço de tronco de bananeira vestido com roupas e gorros tingidos de osun e
bordados de búzios e guizos. Pendura-se tudo nos galhos de uma árvore e, no
chão, arria-se, ao redor do tronco, pratos ou alguidares de barro contendo
inhame, acarajé, ekurú, akasá, canjica, doces, frutas, bebidas, folhas
ritualísticas, tudo bem coberto com mel de abelhas. Uma cabra, um pombo e um gAlo
são sacrificados e arriados no local, onde permanecerão por algum tempo.
Depois, embrulham-se os corpos dos animais sacrificados num pano branco,
cobre-se com bastante pó de efun, amarra-se e enterra-se nas margens de um rio,
ou despacha-se nas águas, de acordo com a orientação obtida através do oráculo.
Na confecção do ebó, não
são utilizadas rezas ou cânticos, sendo exigida, isto sim, a presença dos pais
biológicos do ÀBÍKÚ, que deverão saber o objetivo do ebó.
As mesmas folhas
oferecidAs no sacrifício serão utilizadas em banhos e na confecção de pós
mágicos que serão esfregados nas incisões do ÀBÍKÚ e na preparação do amuleto
que deverá acoMpanhá-lo pelo resto da vida. As folhas têm que ser consagradas
antes de sua utilização e, para isso, possuem ofós específicos, que ressaltam
suas qualidades e funções. Estas são as plantas sagradas utilizAdas em seus
rituais:
- Abirikolo - à
cascaveleira, também conhecida como amendoim-do-mato, ou ainda, xekeré.
- Agidimagbayin - walteria
americana - Folha de veludo, erva de soldado.
- Idi - Amendoeira.
- Ija - Osun - Bixa
orellana, Lin.
- Lara pupa - Mamona
vermelha.
- Olobutoje -
Pinhão-da-Bahia.
- Opa emere -
Dobradinha-do-campo.
Estes são os ofós de
consagração de cada folha:
Abirikolo: Ewe abirikolo,
insinu Orun e pehindá. (Folha abirikolo, coveiro do céu, retorne).
Agidimagbayin: Ewe
agidiMagbayin, Olorun maa ti kun, a a ku mo. (Folha agidimagbayin, Olorun fecha
as portas do Orun para que não morramos mais).
Idi: Ewe idi lori ki ona
Orun temi odi. (Folha idi, diga que o caminho do Orun está fechado para mim).
Olobotuje: Olobotuje ma je
ki mi bi abíkú omó. (Folha de olobotuje, não me deixe parir filhos).
Opa emere: Opa emere kipe
ti fi ku, yiomaa ewu ni, nwón ba ri opa emere. (Galho de emere não permita que
eles morram - a vara de emere os apazigua).
Formalizado o pacto, a
criança viverá normalmente, como qualquer ser humano, só devendo morrer em
idade bastante avançada.
Acredita-se que os seres
humanos dotados de espírito ÀBÍKÚ, talvez pelo alto gRau de evolução de seu
ori, são dotados de muita inteligência e, no decorrer de suas vidas,
transforma-se em verdadeiros líderes, dedicados ao bem estar de sua comunidade
e principalmente dos seus familiares. Obatalá participa das ligações que
existem entre o orixá da criação, as pessoas de corpos mal formados, corcundas,
aleijados, albinos e aqueles cujo nascimento é anormal (ÀBÍKÚ e ibeji).
Portanto ao contrário que muitos falam nada tem a ver com a criança que já
nAsce "feita" no santo.
Olorum fecha a porta para
que não morram, mas sabemos que a criança vê coisas más em sonhos, criança
chama seus companheiros, brinca com eles, briga, cobram a fidelidade e a
promessa e eles dizem que quando saiu para este mundo que não se esqueceria
deles, mas quando ele chegou ao mundo, ele os esqueceu, seus companheiros
chegam a beira do regato, eles chamam pelo companheiro.
Os pais atentos correm a
procura dos babalaôs, pedindo que Ifá os ajude para que este ÀBÍKÚ, não seja
capaz de morrer mesmo que seus companheiros o chamem, que ele não seja capaz de
enKontrá-los.
Se a família não corresponde com o carinho e
as obrigações devidas o chefe da sociedade (dos ÀBÍKÚ) no céu parte para o
mundo e ajuda a criança a partir. Estas crianças não escutam. Elas se vão.
Os rituais embora antigos,
passados de boca em boca, escondidos embaixo das unhas de pais e mães de filhos
de santo, fagulhas espAlhadas, de prática religiosa e cultural, que se adaptam
e se aplicam ainda hoje através da sabedoria, associada à evolução tecnológica
com muita propriedade.
No entanto existem rituais
sabidos e antigos que não divulgarei por não aceitar, por acreditar ser rituais
retrógrados que agridem, e estimulam mentes desorganizadas em nome de manter
rituais dos antepassados e ortodoxos manipulando assim dor e sofrimento com a
desculpa de socorro e felicidade.
Quem esta desesperado, fragilizado e
desejoso de um milagre pode aceitAr o que considere, repito EU método
inadequado.
A facilidade de hoje através
de exames radiológicos confirmam com certeza situações que podem identificar um
ÀBÍKÚ que esta comprometido em criar situações de sofrimento mãe-filho, exAmes
que somados aos búzios ajudam a evitar sofrimento, amenizando as cargas
energética grosseiras.
Ainda hoje, desde sempre e
esperamos que perpetue-se o trabAlho para a manutenção da vida em todas as suas
formas, descartando o estímulo ao aborto, mesmo em situações de tratamento
difícil, árduo, mas a vida sempre deve prevalecer.
Pela prática divinatória
através do jogo de búzios, nos dias de hoje identificamos muitos desses ÀBÍKÚS,
que percebemos em uma segunda instância, muitos serem "criados",
passam a existir por ingerência do ser humano através do aborto, praticado em
tempos passados, sob o véu de mil e uma desculpa, mas o sacrilégio, o martírio
é o mesmo.
Ao praticar um aborto
eliminamos apenas o corpo denso, o físico, mas não eliminamos o espiritual, que
sofrerá a carga detonadora de seu corpo físico, gerando indignação, e cobrança
futura.
Mesmo uma criança
deficiente deve ter sua vida mantida, desde que seu espírito esteja ativo.
Tem a criança deficiente e
ou ÀBÍKÚ o direito de nascer? Temos o direito de rejeita-los por problemas
físicos, ou por larvAs espirituais grosseiras?... esta pergunta parece à
princípio absurda, mas não é, e nos dias atuais é tema aberto, ainda que em
" portas fechadas".
A concepção de
aprimoramento através da reencarnação sucessiva, rompe sobre maneira com o véu
do comodismo relativo a aborto e ao deficiente, e claro sobre os ÀBÍKÚ.
A reencarnação roMpe com a
fumaça que esconde a confusão, esclarecendo e valorizando todas as experiências
humanas, tornando possível que materialistas, espiritualistas e pragmatistas
ofertem a cultura social preciosos subsídios porque prevê que o homem do futuro
será um homem prático, com condições de solucionar com grande margem de êxito
os problemas terrenos e imediatos, valorizando o mundo material, pois estará
mais certo da imortalidade, entendendo assim o significAdo circunstancial.
Nós esotéricos,
espiRitualistas, místicos e todos que pregam a reencarnação como forma de
aprimoramento, resgate; não supervalorizamos o nascimento de uma criança
deficiente, mas observamos como um reforço na comprovação de nossa teoria a
respeito da finalidade evolutiva do ser humano.
Por este motivo a criança
deficiente e os ÀBÍKÚS, sob o prisma místico, tem o direito a vida, nascer,
reencarnar é ter a chance de evoluir, e quanto mais cedo um espírito se
aprimora, evoluí, se reajusta ou se redime pelas vidas sucessivas, tanto melhor
para ele, e, para todos da sociedade ligado a ele, pois estamos todos
comprometidos direta ou indiretamente.
Nossas necessidades, nosso
destino e nossos erros são muitos parecidos, e na engrenagem das leis cósmicos
– Karma - tem sido e vai sempre ser regra unânime:
Quem colocar obstáculos no
caminho do seu semelhante, terá obstáculos iguais a transpor em sua jornada,
daí então a necessidade de trabalharmos e usarmos todos os meios possíveis para
fazermos os ÀBÍKÚS membros de nossa sociedade.
Esta situação pode e deve
ser tratado no seu campo espiritual, e os antigos nos legaram instrumentos para fazê-lo, através de
ebós e oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio dos antigos:
"enganar" os ÀBÍKÚ.
Não vamos driblar as leis
divinas, o riscado do GADU, mas podemos alterar os casos não irreversíveis após
o nascimento, mas durAnte a gestação e nos primeiros meses de vida....muita
coisa pode e deve ser feita.
Os espíritos ÀBÍKÚ formam
um grupo denominado Egbe Orun Abíkú, que habita no mundo paralelo que nos
rodeia, o Orun, morada dos deuses e dos antepassados.
No Orun, teRmo que pode
ser corretamente traduzido para céu, este grupo de espíritos dividem-se em
categorias, de acordo com o sexo, sendo que os pertencentes ao sexo masculino
são chefiados por Oloiko (Chefe do grupo) e os de sexo feminino, por Iyajanjasa
(A Mãe que bate e corre).
Na sua vinda do Orun para
o aiye (terra), os espíritos, também conhecidos como Emere, estabelecem um
pacto com Onibode Orun, o guardião dos portais do Orun, condicionando sua
permanência, no nosso mundo, a determinadas exigências.
Convém reafirmar a
situação do vampirismo, das obsessões, podemos assim dizer exercido pelos ÀBÍKÚ
desencarnados é de extrema violência podendo em muitos casos levar uma criança
de tenra idade a ter sofrimentos que seriam perturbadores até para adultos.
Também a possibilidade destas crianças assediadas pelos ÀBÍKÚS desencarnados
sofrerem acidentes que lhe causem mutilações, sofrimentos temporários ou
definitivos tanto no campo mental como físico é muito grande e de grande
constrangimento para todos que estão a volta como tutores da criança ÀBÍKÚ
reencArnada.
As pessoas diretamente
ligadas a elas sofrem ou são afetadas pelas vibrações dos desencarnados,
tornando-se involuntariamente instrumentos em muitos casos de torturas,
sofrimentos para o enKarnado ÀBÍKÚ, assim de maneira involuntária estimulam
eles a desertarem da ação vigente.
Além claro do constante
sentimento de impotência e culpa, que em muitos casos chegam a raia da loucura,
da depressão, pois não conseguem uma explicação lógica.
Pior quando pressentem que
um perigo esta eminente e não conseguem entender o que e como possa acontecer.
É aconselhável, portanto,
que se faça um ebori na criança ÀBÍKÚ ficando uma pessoa responsável que deverá
chama-lo sempre de meu filho, independente do grau de parentesco que
tenha.
Este ebori deverá ser
cuidado e de inteira responsabilidade da pessoa escolhida.
Geralmente é aquela que tenha
ligação espiritual com o grupo ÀBÍKÚ que na maioria das vezes são filhos de
Xangô, Nanã, Iansã e Oxalá, claro não esquecendo da mãe de todas as cabeça
Iemanjá.
Estas pessoas serão
encarregadas de conduzir as vibrações de equilíbrio destas crianças até alcançarem
a idade em que estará liberta das perseguições dos ÀBÍKÚ companheiros de outra
vida.
A criança ÀBÍKÚ quando
desencarna a partir dos 54 anos não mais estarão vinculadas aos grupos de
origem, no entanto durante sua vida deve estar preparada quando tornAr-se
progenitor de observar a entidade que esta na ronda.
Sempre dias depois do
nascimento da criança filha de ÀBÍKÚ, realiza-se a cerimônia de dar o nome,
denominada ekomojadê, quando o babalaô consulta o oráculo para desvendar a origem da criança.
É quando se sabe, por
exemplo, se trata de um ente querido renascido. Os nomes pode referir-se ao seu
orixá pessoal, geralmente o orixá da família, ou à condição em que se deu o
nascimento, tipo de gestação e parto, sua posição na seqüência dos irmãos, quando
se trata, por exemplo, daquele que nasce depois de gêmeos.
A partir do momento do
nome, desencadeia-se uma sucessão de ritos de passAgem associados não só aos
papéis sociais, como a entrada na idade adulta e o casamento, mas também à
própria construção da pessoa, que se dá através da integração, em diferentes
momentos da vida, dos componentes do espírito.
Com a morte, estes ritos
são refeitos, no axexe com a intenção de liberar essas unidades espirituais, de
modo que cada uma delas chegue ao destino certo, restituindo-se, assim, o
equilíbrio rompido com a morte.
O ebori de um ÀBÍKÚ deve
ser fortalecido e observado de 40 em 40 dias até o sétimo ano, se o axé for
feito antes dos 3, se passou muito desta faixa deve ser avaliado de 40 em
40dias mas não tem um período mínimo de 7 anos mas sim de 9 anos.
Se for descoberta a
situação a partir dos 13 anos a situação é bem mais complicada, pois imputaria
a criança ÀBÍKÚ encarnada uma jornada de sofrimento dos mais variados. Deste a
saúde fragilizada até a parte financeira afetada. Na realidade haveria um
rodízio de situações ao longo da vida não dando condições da pessoa desfrutar
desta vida.
Melhor seria resuMir que a
vida de um ÀBÍKÚ que consegue se manter vivo é uma vida de sofrimento dos mais
variados, não tendo a mente deste elemento descanso, paz. Pior que quem esta a
sua volta sofre muitas vezes sem perceber o efeito das vibrações destas
entidades, que embora sejam infantis, podemos assim dizer estão vinculadas a
todas as entidades que se opõem a evolução do ser humano através da
reencArnação.
Ou Jafusi Inanga
CONTATO
Skype: peregrino rakaama
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