DIA DE SÃO CAMILO
São Camilo de Lellis (Bucchianico, Província
de Chieti, Reino de Nápoles em 25 de maio de 1550 – Roma, 14 de Julho
de 1614) foi um religioso italiano, fundador da Ordem dos Ministros dos
Enfermos (Camilianos). É venerado como santo da Igreja Católica e é
considerado protetor dos enfermos e dos hospitais.
Pertencente de
uma nobre e tradicional família, Camilo de Lellis foi militar e pelo
seu caráter, expulso da tropa. Viciado em jogo, levava vida profana e
decadente. Perdeu todos os seus bens. No momento mais melancólico de sua
vida, em uma situação de mendicância, Camilo foi tocado pela graça
divina, arrependendo-se de todos os seus pecados, passando a dedicar sua
vida a servir, por espírito de caridade, aos doentes pobres em
hospitais. E diante de tanta dedicação, fundou a Companhia dos
Servidores dos Enfermos, conhecidos como Camilianos. E não é por menos
que tornou-se patrono dos enfermos e dos hospitais.
Seu sobrenome
remonta à história da igreja, época de Teodoro de Lellis, o Cardeal Pio
II. Mas São Camilo de Lellis fez a própria história e deixou sua fé e
sua dedicação aos enfermos disseminadas por todo o mundo.
São
Camilo era italiano de Abruzzo, mas precisamente da cidade de
Bucchianico. Em 1550, ano de seu nascimento, sua família carregava no
sangue virtude, coragem e brio dos que lutaram nas Cruzadas.
Seu
nascimento coroou o casamento de tantos anos da senhora Camila, a mãe,
que até os 60 anos de idade não tinha conseguido dar um herdeiro ao
esposo João.
Vida Voluntária
E foi com 17 anos que Camilo
alistou-se como voluntário no exército de Veneza. Naquela época, pode
conviver com o drama dos enfermos que agonizavam diante de várias
doenças. Foi dessa época também que Camilo passou a viver com uma
dolorosa úlcera no pé, que o acompanhou até o último dia de vida. Nesse
período, também sofreu a perda do pai e sua vida enveredou-se para os
prazeres mundanos, como o da jogatina.
A vida de Camilo mudou
completamente. Sofreu diante da falta de condições financeiras e de
saúde. Doente, não conseguiu local para internar-se, o que o fez partir
para Roma, pedindo auxílio no Hospital Santiago, justamente para tratar
da chaga no pé direito. Camilo não tinha dinheiro para pagar o
tratamento e ofereceu-se para trabalhos de servente e de enfermeiro.
Camillus
de Lellis – 1550-1614 Mal cicatrizada a ferida, Camilo, sem nenhum
recurso financeiro, soube que o país recrutava voluntários para combater
os turcos. E lá foi ele. Não parou tão cedo. Em 1573, mais um combate.
Neste ano, quase restabelecido economicamente, Camilo, mais uma vez,
rendeu-se aos prazeres mundanos e atirou-se aos jogos. Perdeu tudo.
Ficou a zero, reduzido à miséria. Retornou a Nápoles e prometeu se fazer
religioso franciscano.
Um ano depois, Camilo esqueceu-se do voto
que fizera de se tornar religioso franciscano e mergulhou novamente no
jogo. O jogo e a bebida tornaram-se vícios em sua vida. Ficou novamente
na miséria. Partiu para Veneza. Passou frio e fome. Não tinha onde
morar, nem dormir. Em uma das derrotas no jogo, deu como pagamento a
própria camisa. Depois de muito perambular, conseguiu abrigo no convento
dos capuchinhos, momento em que lembrou do voto de tornar-se religioso.
Converteu-se realmente.
Cumpriu Abnegado Sua Missão
Camilo
retornou ao Hospital Santiago, desta vez como mestre da casa. Apesar de
doente, tratou dos enfermos como de si. Em 1581, com a saúde precária,
decide tratar dos doentes gratuitamente. Na época, Camilo foi levado a
agir assim diante da exploração, desonestidade e falta de escrúpulos dos
médicos para com os doentes. Em 1582, Camilo teve a primeira inspiração
de instituir uma companhia de homens piedosos que aceitassem,
generosamente, a missão de socorrer os pobres enfermos, sem preocupação
de recompensa. O Papa Sisto V aprova os regulamentos da companhia em 18
de Março de 1856.
Aos 32 anos voltou aos estudos sob orientação
de São Felipe de Neri, sendo ordenado sacerdote aos 34 anos. A sua
companhia rapidamente se distingue pela caridade no tratamento de
doentes. em 21 de Setembro de 1591, o Papa Gregorio XIV a reconhece como
ordem religiosa. Em 8 de Dezembro de 1591, Camilo e seus companheiros
fazem a sua profissão de fé, incluindo um quarto voto de dedicação aos
doentes, ainda que com risco de sua própria vida.
Na guerra que
logo em seguida houve na Hungria, os “Camilianos” trabalharam como
primeira unidade médica de campo, cuidando dos feridos.
Não
bastou a Camilo tomar consigo apenas bons enfermeiros e alguns até
médicos, os doentes careciam também de assistência religiosa. É evidente
que a alma bem cuidada dispõe melhor o corpo para suportar os
sofrimentos e sobrepor-se à doença. Vale destacar que antes de ser
santo, Camilo não tinha qualquer ligação de fé no Senhor.
Segundo
relato de um companheiro, “[Camilo] Contemplava nos doentes, com tão
sentida emoção, a pessoa de Cristo que, muitas vezes, quando lhes dava
de comer, pensando serem outros cristos, chegava a pedir-lhes a graça e o
perdão dos pecados. Mantinha-se diante deles com tanto respeito, como
se estivesse realmente na presença do Senhor. De nada falava com mais
frequência e com mais fervor do que da santa caridade. O seu desejo era
imprimi-la no coração de todos os homens”.
Muito doente, Camilo renunciou ao cargo de Superior Geral de sua Ordem Religiosa em 1607.
Faleceu em Roma aos 14 de julho de 1614. Sua festa é celebrada aos 14 de julho, data de sua morte.
Nos primeiros dias de julho de 1614, já no seu leito de morte, recebeu a última comunhão e deixou as seguintes recomendações:
“Observai
bem as regras. Haja entre vós uma grande união e muito amor. Amai, e
muito, a nossa Ordem, e dedicai-vos ao apostolado dos enfermos.
Trabalhai com muita alegria nesta vinha do Senhor. Se Deus me levar para
o Céu, vos hei de ajudar muito de lá. As perseguições que sofreu nossa
obra vieram do ódio que o demônio tem ao ver quantas almas lhe escaparam
pelas garras. E já que Deus se serviu de mim, vilíssimo pecador para
fundar miraculosamente esta Ordem, Ele há de propagá-las para o bem de
muitas almas pelo mundo inteiro. Meus padres e queridos irmãos: eu peço
misericórdia a Deus e perdão ao padre Geral aqui presente e a todos vós,
de todo mau exemplo que eu pudesse ter dado, talvez mais pela minha
ignorância, do que pela má vontade. Enfim, eu vos concedo da parte de
Deus, como vosso Pai, em nome da Santíssima Trindade e da bem-aventurada
Virgem Maria, a vós aqui presentes, aos ausentes e aos futuros, mil
bênçãos”.
Camilo de Lellis morreu no dia 14 de julho de 1614. Seu
féretro foi marcado por muita comoção e acompanhado por uma multidão.
Mas um milagre era visto naquele dia: enquanto preparavam o corpo de
Camilo para o funeral, os médicos, estarrecidos, notaram que a chaga
havia desaparecido.
Em 1746, durante uma festa dos Santos
Apóstolos Pedro e Paulo, o Papa Bento XIV, no dia 29 de junho, declara
Santo o nome de Camilo de Lellis.
Em 1886, Leão XIII declarou São
Camilo, juntamente com São João de Deus, Celestes protetores de todos
os enfermos e hospitais do mundo católico.
Nos dias de Hoje
Que
nos dias de hoje possamos nós também cumprir o sonho que Deus tem para
nossa vida com coragem, dignidade e amor. Parabéns aso nosso atual
administrador e à todos que de uma forma ou outra, dedicam-se
integralmente a cuidar de nosso hospital, mas precisamente, de
proporcionar a quem nos procura atendimento digno e humano.
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