"CONHECIMENTO
MERECIDO"
R-20-120318
A preservação do culto aos orixás e sua qualidade depende muito da maneira que é feita a transmissão do conhecimento ao longo do tempo.
A preservação do culto aos orixás e sua qualidade depende muito da maneira que é feita a transmissão do conhecimento ao longo do tempo.
O método adotado no passado e o de hoje para manter intacta a liturgia, leis,
regras deixam a desejar na medida que muitos interesses se formaram ao longo da
estrada.A qualidade portanto, acaba sofrendo os agulhaços de consequência
social, política e religiosa predominante ao longo dos séculos.
As religiões mais fortes ou mais ricas, seria melhor colocar assim, e
refiro-me rica em valores materiais, pois como poderemos em pleno juízo medir a
verdade alheia? Por em dúvida a religiosidade dos nossos irmãos e o valor de
outras crenças? Não, não podemos e não vamos lançar julgamento.
Nos interessa exclusivamente manter a nossa religião o mais coesa possível.
Nos interessa exclusivamente manter a nossa religião o mais coesa possível.
Mas a maneira com que ela vai se manter depende de como vai ser
transmitida.
Na antiguidade o conhecimento só podia ser passado de maneira oral, não
por determinação dos orixás, mas por limite cultural, desta maneira somente
alguns tinham o conhecimento e detinham os preceitos mais fundamentais. A
cultura era limitada, ler e escrever não é para muitos, portanto a cabala, os
símbolos se difundiram a modo de perpetuar os ensinamentos, no entanto
dificultava quem não tinha interesse real ou não era apto.
O fator socioeconômico teve influência predominante na violação dos
segredos básicos e elementais. Quem podia pagava para . Quem
ensinava só passava o que o dinheiro pagava, e escondia o resto, muitas vezes
levando para o túmulo.
A mistura de ritos, costumes, deturpações das regras, linguagem e até
mesmo no caráter de determinadas entidades foram maculadas por tradições mais
fortes e poderosas principalmente politicamente.
O meio social em que estavam presentes os antigos babas foram
corrompidos quando do auge da escravidão de corpos.
Nos navios negreiros misturaram-se as raízes e para sobreviver melhor foi uni-las, mesmo que o preço de perder a essência fosse pago a gotas de sangue.
Nos navios negreiros misturaram-se as raízes e para sobreviver melhor foi uni-las, mesmo que o preço de perder a essência fosse pago a gotas de sangue.
O pior ainda estava por vir, quando alguns com desculpas de estudos
começaram a cavar fundo para manipular as raízes e usando a desculpa do
modernismo, adaptação, e tantas coisa mais alteraram o curso do rio.
Observa-se também que pelo fato do conhecimento só poder ser passado de
maneira oral,e reafirmo que não foi por determinação dos orixás, mas sim e
principalmente por limite cultural, principalmente pelos que trouxeram a
religião para o Brasil, aconteceu um apelo até por sobrevivência, e em pior da
hipótese não ser perdido de vez a liturgia, o legado dos antepassados, muitos
que detinham o conhecimento passaram a “vende-lo”.
Daí não houve o repasse do conhecimento por quem tinha para quem merecia,
mas sim de quem tinha em dose dupla, ou seja, tinha o conhecimento e
necessidades básicas materiais, escolhendo então quem pudesse pagar.
Deveria ter sido no passado e deve ser no presente, o repasse do
conhecimento ao escolhido, por suas qualidades ou por orientação dos orixás
quando determinado no jogo de Ifá. Infelizmente é mais comum o conhecimento,
embora parcial, ser passado não pelo merecimento ou por ordem dos orixás, mas
sim pelo poder financeiro.
O sacerdócio não pode ser negociado, ele esta comprometido com o carma
do indivíduo que usará seu livre arbítrio para consuma-lo ou não.
O importante é deixar bem esclarecidos que o dom, o destino,
predestinação, não podem ser negociados com objetivo único de tirar vantagens, ou
por mero capricho da vaidade. Vocação sacerdotal é coisa séria.
O fato de fazer o "SANTO" não habilita a pessoa a ser
"PAI " ou " MÃE " - de -santo, ou imediatamente ocupar um
lugar de destaque na casa.
Sou a favor da evolução pois é uma lei natural, no entanto certos
preceitos no tocante as religiões tem que ser preservados correndo o risco de o
mistério ser exposto e encontrar barreiras absurdas que as fazem perder a
engrenagem a que estão organizadas.
Com o passar do tempo não se admite mais que o conhecimento seja apenas
passado de maneira oral.
É importante o bate-papo para aprofundar e personalizar o ensinamento, mas
utilizar os meios existentes para a divulgação, orientação significa muito mais
que expor o conhecimento, na realidade tem seu valor elevado para o
conhecimento ser propagado, desmistificado, deixando apenas ritos importantes e
sacramentais a disposição daqueles que fazem por merecer ao longo de uma
jornada de 3 dekas.
Mas o critério tem que ser mantido : "SEGREDO PASSADO POR QUEM
TEM, PARA QUEM O MERECE RECEBER."
Ou jafusi Inanga.
07/02/1993
CONTATO
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pjrakaama
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