ORIXÁS ERES
R-20-100418
Assim como todo ser tem seu exú particular, também tem seu Erê ou Ibejí,
que deve estar sempRe de acordo com o seu orixá.
Na linguagem ioruba a palavra Erê significa "estátua", iré,
que significa "brincadeira”, divertimento.
Podendo significAr pequenos seres em alguns dialetos.
Daí a expressão siré que significa fazer brincadeiras.
O Erê, não confundir com criança que em iorubá é omodé, aparece instantaneamente
logo após o transe do orixá, ou seja, o Erê é o intermediário entre o iniciado
e o orixá. Durante o ritual de iniciação, o Erê é de suma importância, pois é o
Erê que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado.
Os Erês se intitulam de aKordo a sua origem, mostrando assim a sua raiz
tribal.
Os orixás crianças representAm a força mágica tudo que é duplo como os
gêmeos.
IdentificAdo no jogo do merindilogun pelos odús Ejioko e Iká.
Dá-se o nome de Taiwo ao PriMeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último.
Os Iorubás acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o
mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mAis velho.
Erês tRaz a todos a rara sensação de leveza, ingenuidade,
espontaneidade, afetividade e respeito aos mais velhos.
É a energia da inocência.
Orixá Erê é o princípio da duAlidade positiva é, caracterizada
pela citada inocência espontânea e Karinhosa.
Está ligada a todos os orixás. Na realidade todos os orixás
apresentam sua forma Erê.
São filhos de Xangô e Iansã, representam a forma infantil de todos
os orixás.
O Erê na verdade é a inconsciência do novo omon-orixá, pois
o Erê é o responsável por muitas coisas e ritos passados durante o período de
reclusão.
O Erê conhece todas as preocupAções do iyawo, filho, também, aí
chamado de omon-tú ou criança-nova.
O comportamento do iniciado em estado de Ere é mais influenciado
por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e
convencional atribuído a seu orixá.
Após o ritual do orúko, ou seja, nome de iyawo segue-se um
novo ritual, ou o reaprendizado das coisas.
Erê é o Orixá-Criança, em realidade, duas divindades, gêmeas
infantis, ligAdas a todos os orixás e seres humanos.
Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade.
Por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a
nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas.
Ibeji na nação Ketu, ou Vunji nas nações Angola e Congo. É o Orixá
Erê, ou seja, o Orixá criança.
É a divindade da brincadeira, da alegria, a sua regência está
ligada à infância.
Erê está presente em todos os rituais do Candomblé, pois assim
como Exú, se não for bem cuidado, pode atrapalhar os trabalhos com as suas
brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa
de Santo.
É o Orixá que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da
criança.
A sua determinação é tomar conta do nasciMento até à adolescência,
independentemente do Orixá que a criança carrega.
Cada gêmeo é representado por uma imagem.
Os iorubás colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência
de Erês.
Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito diAs em
sua honra.
O animal tradicionalmente associado a Erê é o macaco.
A espécie em questão é o colobus polykomos, ou "colobo
real", que é acompanhado de uma gRande mística entre os povos africanos.
Eles possuem coloração preta, com detalhes brancos, e pelas manhãs
eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em
oração ou contemplação, daí eles serem considerados por vários povos como
mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses.
A mãe colobo quando vAi parir, afasta-se do bando e volta apenas
no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote, que nasce
totalmente branco nas costas.
O colobo é chamado em Iorubá de edun oròòkun, e seus filhotes são
considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são
encontrados vagando na floresta e resgatado pelas mães colobos pelo seu
comportamento peculiar.
Essas crianças seriam os Abicús.
Na África, as crianças representam a certeza da continuidade, por
isso os pais consideram seus filhos sua maior riqueza.
Recomenda-se tratar os gêmeos de maneira sempre igual,
compartilhando com muita equidade entre os dois tudo o que lhes for oferecido.
Quando um deles morre com pouKa idade o costume exige que uma
estatueta representando o defunto seja esculpida e que a mãe a carregue sempre.
Mais tarde o gêmeo sobrevivente ao chegar à idade adulta cuidará
sempre de oferecer à efígie do irmão uma parte daquilo que ele come e bebe.
Os gêmeos são, para os pais uma garantia de sorte e de
continuidade.
Os alimentos são sagrAdos e contém axé, e cada orixá tem sua
iguaria especial.
Erês não são diferentes e também tem seus rituais de comilanças
especiais, no entanto estão vinculados ao gosto e necessidades dos mais velhos
de sua linhagem.
O orixá, não come só. Para haver verdadeiramente a harmonia é
necessário que a oferenda tenha um caráter comunitário.
A grande cerimônia dedicada a Ibeji acontece a 27 de setembro, dia
de Cosme e Damião, quAndo comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas,
associadas às crianças, portanto, são oferecidas tanto a eles como aos
frequentadores dos terreiros, barracões e ylês.
Os Erês podem receber homenagem junto com os orixás
correspondentes.
Neste caso dos Erês, os axés quando comunitário são alterados para
suprir a necessidade das crianças, símbolo dos Erês, nesse caso usam-se mais
balas, doces, brinquedos, refrigerantes para ser dado as crianças encarnadas,
também aos Erês, só que estes recebem juntos as comidas votivas, de época ou de
necessidade para troca de axés.
Uma determinada parte das comidas é colocada aos pés do orixá, a
outra é partilhada entre todos.
Também é bom ressaltar que alguns ebós podem sofrer alteração
devido a finalidade, produtos de época ou diferença de região.
Existem axés que são tradicionais, no caso dos Erês, por exeMplo,
a utilização de balas, doces, frutas, embora não estejam relacionada nas
comidas você pode enfeitar o prato com elas ou até mesmo fazer bandejas ao seu
gosto, o fundamental que você se identifique com a entidade.
É bom lembrar que a tradição manda sempre servir para os Erês em
par, embora a umbanda principalmente feita no sul, norte e sudeste utilizem os
Beijes sincretizando com são Cosme e Damião, adicionando Doum e outras
crianças, fazendo uma mesa com sete crianças.
No candomblé enfatizamos Erês como manifestações simbólicas
infantis ligadas e intermediárias a todos os orixás, ou seja, todos os orixás
tem manifestação infantil, portanto convém servir sempre em par, e de maneira
dual, ou seja: + [masculino],- [feminino].
As cores também podem alterar de nação para nação, bem como de
região para região, mas predomina o azul para o positivo, masculino, e brAnco
para o negativo, feminino.
São cores para velas, bandejas, balões, etc...
Ou jafusi inanga
14/09/2010
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