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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Lenda dos Orixás Olorum

LENDA dos ORIXÁS





OLORUM

AXEXE

Vivia em terras de keto um caçador chamado Odulecê, era o líder de todos os caçadores, ele tomou por sua filha uma menina nascida em Irá, que por seus modos espertos e ligeiros era conhecida por Oiá.
Oiá tornou-se logo a predileta do velho caçador, conquistando um lugar de destaque naquele povo. Mas um dia a morte levou Odulacê, deixando Oiá muito triste.
A jovem pensou numa forma de homenagear o seu pai adotivo, reuniu todos os instrumentos de caça de Odulacê e enrolou-os num pano.
Preparou todas as iguarias que ele tanto gostava de saborear.
Dançou e cantou por sete dias, espalhando por toda parte, com seu vento, o seu canto, fazendo com que se reunissem no local todos os caçadores da terra.
Oiá embrenhou-se mata adentro e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de Odulacê. Olorum, que tudo via, emocionou-se com o gesto de Oiá e deu-lhe o poder de ser a guia dos mortos no caminho do Orum.

Transformou Odulacê em orixá e Oiá na Mãe dos espaços dos espíritos. Desde então todo aquele que morrem tem seu espírito levado ao Orum por Oiá.
Antes, porém, deve ser homenageado por seus entes queridos, numa festa com comidas, canto e danças. Nasceu assim o funerário ritual do axexê.


CRIAÇÃO DA MORTE

No começo o mundo era formado somente por pântanos e água.
Os orixás todos moravam no céu e só desciam de vez em quando para correr e se divertir nas águas.
Olorum chamou então Oxalá e disse-lhe que gostaria de criar terra firme no mundo, que era uma imensidão de água e nada mais.
Confiou-lhe então essa tarefa, já que ele era o seu primogênito.
Para a execução do feito, cedeu a Oxalá um pombo, uma galinha com pés de cinco dedos e uma concha de terra.
Ao chegar ao pântano, Oxalá depositou a concha e soltou o pombo e a galinha sobre a terra que imediatamente começaram a ciscar e espalhá-la por todo o espaço. Em pouco tempo o barro transformou-se em solo e cobriu grande parte das águas.
Oxalá, voltando ao céu, apresentou-se a Olorum e transmitiu-lhe o sucesso da empreitada. Este enviou um camaleão para ver se tudo estava a contento. Estava. A terra já era firme e poderia viver-se com segurança em sua superfície. Esse local foi chamado de Ifé que quer dizer ampla morada.
Olorum então ordenou que seu filho descesse e plantasse árvores, o que ele fez com presteza. Logo vieram as chuvas para regá-las, e assim, em quatro dias, foi criado o Ifé e tudo que nele existe.
Olorum deu ainda a Oxalá a honra de modelar o homem e a mulher feitos do barro do pântano. Quando modelados, levou-os até Olorum que, soprando seu hálito divino, deu-lhes vida.
O mundo então se completara e todos louvaram e deram graças a Olorum e a Oxalá.
O homem, então, povoou a terra e passou a dar oferenda a todos os orixás que eram os senhores de cada segredo e cada mistério e, como sempre eram lembrados, nada deixavam faltar aos homens. Em certa ocasião, porém, os habitantes de Ifé perceberam que eram imortais, logo, não tinham que dar oferenda nenhuma a orixá nenhum, pois também eram deuses e essa falsa ilusão os deixou felizes e com enorme sentimento de liberdade, agora poderiam fazer de tudo, nada para eles era proibido, comparavam-se aos deuses e festejavam com alegria a grande descoberta.
Oxalá ficou muito magoado e deprimido com tais desmandos de seus filhos, abandonou a terra e foi morar no espaço sagrado junto com todos os orixás. Lá chegando, pensou, pensou e chegou à conclusão que os homens tinham que ser castigados, assim aprenderiam que não podiam se comparar aos orixás.
Então criou Icu, a morte, e deu-lhe a tarefa de fazer morrer a todos. Somente impôs uma condição: a morte pode levar qualquer um, sem exceção, mas a hora quem decide é Olorum. Icu mata, mas o mistério existente em torno do momento final pertence, exclusivamente, a Olorum.

DEVOLUÇÃO

Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos.
Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.
Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu.
Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.

Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro.
Com o sopro de Olorum ele caminhou.
Com a ajuda dos Orixás povoou a Terra.
Mas tem um dia que o homem tem que morrer.
O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã.
Nanã deu a matéria no começo, mas quer de volta no final tudo o que é seu.



DOMÍNIO

No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo que nada, nem ninguém, o invadisse.
Guardavam sua sabedoria como a um tesouro.
É nesse contexto que vivia a mãe das água doces, Oxum,e o grande caçador Odè.
Esses dois orixás constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muito próximos.

Odè ficava extremamente irritado quando o volume das águas aumentavam e transbordavam de seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta.
Oxum argumentava, junto a ele, que sua água era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que recebera de Olorun.
Odè não lhe dava ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação.
Olorun resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses reinados, para tentar apaziguá-los.
A floresta de Odè logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas.
A vegetação, que era exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais fértil.
Os animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para beber.
A mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras.
Odè não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro lugar.

Oxum, por sua vez, sentia-se muito só,sem a companhia das plantas e dos animais da floresta, mas também não se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de seus filhos peixes para confortá-la.
Odè andou pelas matas e florestas da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum.
Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário desolador.
A floresta estava morrendo e ele não podia fazer nada.
Desesperado, foi até Olorun pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava definhando.
O maior sábio de todos explicou-lhe que a falta d’água estava matando a floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que fez foi necessário para acabar com a guerra.
A única salvação era a reconciliação.
Odè, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Oxum, propondo a ela uma trégua.
Como era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira tentativa.
Oxum queria que Odé se desculpasse, reconhecendo suas qualidades.
Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiam sobreviver separados, unindo-se novamente, com a benção de Olorun.



FECUNDIDADE


Houve um tempo em que os orixás masculinos se reuniam para discutir sobre a vida dos mortais e não deixavam as deusas participarem das decisões.
Aborrecida com isso, Oxum fez com que as mulheres ficassem estéreis e então tudo deu errado na terra. Os orixás foram consultar Olorum e ele explicou que sem a presença de Oxum com seu poder sobre a maternidade, nada poderia dar certo.
Os orixás, então, convidaram Oxum para participar das reuniões: as mulheres voltaram a ser fecundas e todos os projetos dos orixás tiveram bom resultado.



OFENDIDO


Bará sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás.
Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe.
Por isso, nas festas que se realizavam no orun, ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação.
Então, eles pediram a Bará, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.
Assim foi feito, e Bará nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.
Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia.
As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Bará que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida.
Bará negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.

Logo apareceu um homem, de nome ogan.
Bará confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás, e, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados ogans.



PUNIÇÃO DUPLA

Olorum enviou Nanã e Oxalá para viverem na Terra e criarem a humanidade.
Os dois foram dotados de grandes poderes para desempenharem essa tarefa, mas somente Nanã tinha o domínio do reinado dos eguns, e guardava esses segredos, bem como o da geração da vida, em sua cabaça.
Oxalá não se conformava com esta situação, queria poder compartilhar desses segredos. Tentava agradar sua companheira com oferendas para convencê-la a revelar seu conhecimento.
Nanã, sentindo-se feliz com as atitudes de Oxalá, decide mostrar-lhe Egun, mas apenas ela era reconhecida nesse reinado.
Certa vez, enquanto Nanã trabalhava com a lama, Oxalá, disfarçando-se com as roupas dela, foi visitar Egun, sem lhe pedir autorização.
Quando Nanã, sentiu a falta de Oxalá e de sua própria vestimenta, teve certeza de que ele havia invadido o seu reinado, atraiçoando-a gravemente.
Enfurecida com a descoberta, resolveu fechar a passagem do mundo proibido, deixando Oxalá preso.

Enquanto isso, Oxalá caminhava no reinado de Nanã, tentando descobrir seus mistérios, mas apenas ela conseguia comunicar-se com os Eguns.
Egun, sempre envolto em seus panos coloridos, não tinha rosto, nem voz.
Oxalá, usando um pedaço de carvão, criou um rosto para ele, como já havia feito com os seres humanos, e, com seu sopro divino, abriu-lhe a fala. Assim, ele conseguiu desvendar os segredos que tanto queria, mas, quando se deu conta, viu que não conseguia achar a saída.
Nanã não sabia o que fazer, por isso fechou a passagem para mantê-lo preso até encontrar uma forma de castigá-lo.
Contou a Olorun sobre a traição de Oxalá, que não aprovou a atitude de ambos.
Nanã errou ao revelar a Oxalá os segredos que o próprio Olorun lhe confiara.
Para castigá-la, tomou o seu reinado e o entregou a Oxalá, pois ele desempenhara melhor a tarefa de zelar pelo Eguns.
Oxalá também foi castigado, pois invadiu o domínio de um outro orixá. Daquele dia em diante, Oxalá seria obrigado a usar as roupas brancas de Nanã, cobrindo o seu rosto com um chorão, que somente as yabás usam.

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