OSSAIM
Ossaim é orixá masculino de origem nagô, Iorubá que,
como Odé Oxóssi habita a floResta.
É bastante cultuado no Brasil, recebendo diversos
nomes como Ossânin, Ossonhe, Ossãe e Ossanha, uma das formas mais populares.
Por causa do som feminino é frequentemente confundido como figura
feminina.
Orixá das ervas, no cAndomblé Jeje é chamado de Agué é
o Vodun da caça e das florestas e conhece os segredos das folhas.
No Candomblé Bantu é chamado de Katendê, Senhor das
insabas, folhas.
É um orixá cujos filhos são raros, bem menos numerosos
do que Ogum, Xangô ou Oxum.
É orixá da kor verde, do contato mais íntimo com a
natureza. As áreas consagradas a Ossaim não são os jardins cultuados de maneira
tradicional, mas sim os recantos, onde só os sacerdotes podem entrAr, nos quais
as plantas crescem de maneira selvagem, quase sem controle.
Orixá de grAnde significação, pois todos os rituais
importantes utilizam o sangue-escuro que vem dos vegetais, seja em forMa de
amassis, infusões ou para uso de bebida ritualística.
É comum existir um certo preconceito com dois Orixás
que muitas vezes são esquecidos, mais existem e se faz necessário o culto:
Ossâim e Oxumarê.
O primeiro está presente em todos os rituais através
das folhas e o segundo presente em quase todos os rituais por ser o Orixá das
mudAnças.
Ossaim originalmente dono dos segrRedos da natureza,
patrono da farmácia, dos sacerdotes, químicos que usam plantas para fins
curAtivos e, ou ritualísticos.
Protetor dos vegetais.
Ossaim é um mago, cheio do espírito da aventura,
autoKonfiança e força de vontade.
No interior da mata virgem extrai seu axé, e os usa de
acordo com seus objetivos.
Orixá calmo, mestre da trAnquilidade e da resistência.
Prefere ficar trabalhando nos bastidores.
Muito esperto, comunicativo, fascinado pela ação.
Orixá provedor da família e da aldeia, seu corAção
sempre tem que fazer escolhas, sente que não pode mais esperar por auxílio
externo, tem que buscar forças dentro de si próprio para assumir a
responsabilidade pelas próprias decisões e resultados.
Ossaim é o senhor das plantas medicinais e litúrgicas.
A sua importância é fundaMental pois nenhuma cerimônia
pode ser feita sem a sua presençA, sendo ele o detentor do axé.
O símbolo de Ossaim é uma haste de feRro tendo ao alto
um pássaro de ferro forjado, esta mesma haste é cercada por seis vAretas
pontuadas dirigidas em leque para o alto. O pássaro é a representação do poder
de Ossaim, é o mensageiro que vai à toda parte, volta e se empoleira sobre a
Kabeça de Ossaim para lhe fazer o seu
relato. Este símbolo do pássaro representa o Axé, o poder bem conhecido das
feiticeiras, elas mesmas frequentemente chamAdas Iamis proprietárias do
Pássaro-Poder.
No culto das Iamis as folhas, são como as escamas dos
peixes e as penAs dos pássaros, são e representam o procriado, um eleMento
essencial para os humanos.
Elas veiculam o ejè dundun, a força dos orixas.
Cada Orixá tem suas ervas e suas folhas particulares,
dotadas de virtudes, de acordo com a personAlidade do Orixá.
Ossaim vive na floresta, em companhia de Aroni, um
anãozinho, compaRável ao Saci-pererê, com uma única perna e, fumando
permanentemente um cachimbo feito de casca de caramujo, enfiada numa vara oca e
cheia de suas folhas favoritas.
Ossaim também é um Orixa Olodê, um dos Orixás de rua,
pois as folhas as plantas encontra-se em qualquer lugar. Ele traz consigo o
simbolismo da liberdade assim como toda a flora.
Patrono da vegetação, das folhas e de seus preparados.
As folhas, nascidAs das árvores, e as plantas constituem uma emanação direta do
poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva que provem, com esse poder,
a ação das folhas pode ser utilizada para diversos fins no aspecto geral.
Os curandeiros, quando vão reKolher plantas para seus
trabalhos, devem fazê-lo em estado de pureza, abstendo-se em relações sexuais
na noite precedendo e indo à floresta, durante a madrugada, sem dirigir a
palavra a ninguém. Além disso, devem ter cuidado em deixar uma oferenda com
dinheiro, no chão, logo que cheguem ao local da colheita.
Ossaim está estreitAmente ligado a Orunmiláia, o
senhor das adivinhações.
Estas relações, hoje cordiais e de franca colaboração,
atravessaram, no passado, períodos de rivalidade.
As lendas refletem as lutas de precedência e de
prestígio entre adivinhos-babalaôs e curandeiros.
Os poderes de cada planta estão em estreita ligação
com o seu nome, e as palavras de encantamento que são obrigatoriamente
pronunciadas, no momento de seu uso, são indicadas pelos adivinhos aos
curandeiros, fato este que dá aos primeiros uma posição de conhecimento maior sobre
as virtudes das plantas.
O ritmo dos cantos e das danças de Ossaim é
particulArmente rápido, saltitante e ofegante.
É o senhor da magia e da medicina, como Bará ele é
companheiro indispensável de Orunmiláia.
É o senhor absoluto das vegetações.
Orixá das folhas e de suas aplicações litúrgicas e
toda composição mágica do candomblé.
Nada se faz sem Ossaim, ele é o detentor da força do
axé indispensável para as divindades.
Como necessária é Oxum com sua água.
Foi Ossaim quem ensinou a Ifá a arte de curar.
É sempre evocado quando as coisas não vão bem.
Assim como os Orixás das florestas, Ossaim é cultuado
as quintas-feiras, muito embora existam qualidades que são cultuadas na
segunda-feira, quarta e sexta-feira também.
Como é um orixá voltado ao culto em si e à religião
como forma organizada de coMunicação entre os homens e o sobrenatural, todos os
seus ritos exigem muitos detalhes e inúmeros cuidados para não se quebrar as
regras de como se colhe uma folha de uma árvore ou se arrumam os ingredientes
para uma obrigação de Ossaim.
É vinculado a
figura de Saci Pererê, figura mitológica que traduziria a função de encantado
da mata, aquele que existe e ao mesmo tempo não.
O deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina,
da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona
o Axé das plantas, ou seja, a força vital, imprescindível à realização de
qualquer ritual nos cultos africAnos.
Ossaim é a mágica das folhas, tornando mágica, também,
sua convivência com os seres humanos.
Nos rituais do Candomblé o banho de ervas, Abô, é
vital, imprescindível.
Tudo é passado no Abô. Desde louças, travessa de barro,
moedas, pulseiras, búzios, quartinhas, facas, colheres de pau, gamelas, até o
próprio homem, que vai se banhar e se purificar pelas ervas.
O Abô é algo que não pode faltar nos rituais, que vai
dar o encanto, vai possibilitar a presença da força cósmica do Orixá.
Mesmo nos sacrifícios animais, canta-se para Ossaim,
mesmo que o sacrifício não seja para ele, pois dele dependerá o encantamento
daquele ato sagrado.
É Ossaim que trará a calma, a paz, o encanto, para que
o ritual transcorra bem.
Ossaim é o encanto, a magia.
Quando se vai à mata buscar ervas leva-se fumo de
rolo, mel e moedas, para dar o Senhor das matas e facilitar a busca da erva
desejada, pois Ossaim pode escondê-la de nós, criar uma ilusão de ótica e não
permitir que a vejamos, mesmo que esteja à nossa frente, debaixo de nosso
olhos.
Ossaim está presente nos momentos importantes da vida,
é o alquimista, o químico, o farmacêutico, o Senhor das poções mágicas e
curativas.
É o feiticeiro, o bruxo, o médico dos Orixás,
conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.
É o pai da homeopatia, aquele que gera a capacidade de
cura, pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais.
O sangue das folhas, que traz em si o poder do que
nasce, abundantemente, é um dos axés mais poderosos, pois o primeiro ato que se
faz quando deita uma pessoa para o santo è a sasanha, a retirada do sangue
negro das folhas. E o ultimo dia de preceito dos iniciados è o ità.
Pois sem as folhas não se faz nada...
Ossaim possui o poder ao mesmo tempo benéfico e
perigoso, a depender dos vários empregos das folhas, pois existem folhas que
possui veneno e folhas benéficas.
Seu culto é mais ou menos secreto e, mesmo que não
constitua uma sociedAde secreta, seus ritos não são públicos e a maioria de
seus adeptos são homens.
Um pequeno pássaRo que o representa, é o pássaro
Eye. Nos templos consagrados a Ossaim,
na África, diz-se que este pássaro habita no Igba Ossaim e que ele fala quando
Ossaim é consultado.
Este mesmo pássaro é o que acompAnha as Yamis Xorongà.
Outro que fala por Ossaim é Aroni, pois Ossaim não
fala, para não contar seus segredos a ninguém.
Aroni é um anãozinho, sem uma perna que fuma cachimbo.
Ele anda dentro de um redemoinho, seu cachimbo feito
com a casca do caraKol, enfiado num taryokó, uma varinha de bambu, com suas
folhas prediletas. Carrega um pássaro que voa por toda parte e pousa em sua
cabeça, contando-lhe tudo que viu ou se alguém se aproxima.
É um Orixá encantado, não viveu na forma humAna.
É filho direto de Olodumarê, o Deus Supremo.
Ossaim conversa com os espíritos sagrados que moram
dentro das árvores, sendo eles e os animais seus companheiros na floresta.
Assim como Odé Oxóssi, também conhece a linguagem dos
animAis e dos pássaros, imitando-os com perfeição.
O seu sacerdote é o Babá Olossaim.
É o detentor do axé (força, poder, vitalidade), de que
nem mesmo os Orixás podem privar-se. Esse axe encontra-se em folhas e ervas
específicas. O nome dessas folhas e o seu emprego é a parte mais secreta do
ritual do culto dos Orixás, Vodun e Inkice.
CoManda as folhas medicinais e litúrgicas, muitas
vezes é representado com uma única perna. Cada Orixá tem a sua folha, mas só
Ossaim detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé,
portAnto sem ele nenhuma cerimônia é possível.
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