OSTARA
R-18-120417
Pela primeira vez no ano o dia e a noite se fazem iguais. É, portanto,
uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a terra está pronta
para ser plantada. É quando o Deus e Deusa se apaixonam, e deixam de ser mãe e
filho. Nessa data, a semente da vida é semeada no ventre da Deusa, a Donzela
revigorada e cheia de vida e alegria.
O Deus é devidamente armado para sair em sua viagem no mudo das trevas e
reconquistá-lo, para que posteriormente a luz volte a reinar.
Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade,
cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa.
A Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso cristão, normalmente considerado
pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais
importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição
de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação (ver Sexta-Feira Santa)
que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 da Era Comum. O termo pode
referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca de dois meses,
desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes.
Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os
judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.
A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica
à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico
de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a
primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra
prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário, segundo os
cálculos.
A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer
na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu por três
dias, até sua ressurreição. É o dia santo mais importante da religião cristã.
Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da
primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica,
que é uma das mais importantes festas do calendário judaico, celebrada por 8
dias e onde é comemorado o êxodo dos israelitas do Egito, da escravidão para a
liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo,
da morte para a vida.
A última ceia partilhada por Jesus Cristo e seus discípulos é narrada
nos Evangelhos e é considerada, geralmente, um “sêder do pesach” – a refeição
ritual que acompanha a festividade judaica, se nos ativermos à cronologia
proposta pelos Evangelhos sinópticos. O Evangelho de João propõe uma cronologia
distinta, ao situar a morte de Cristo por altura da hecatombe dos cordeiros do
Pessach. Assim, a última ceia teria ocorrido um pouco antes desta mesma
festividade.
No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se
do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de
Pasqua e os franceses de Pâques.
A festa tradicional associa a imagem do coelho, um símbolo de
fertilidade, e ovos pintados com cores brilhantes, representando a luz solar,
dados como presentes. De fato, para entender o significado da Páscoa cristã
atual, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar os antigos povos pagãos
europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês,
Easter quer dizer Páscoa. Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura
um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando
alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos
da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Deméter. Na
mitologia romana, é Ceres. [1]
Os termos "Easter" (Ishtar) e "Ostern" (em inglês e alemão,
respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pessach
(Páscoa). As hipóteses mais aceitas relacionam os termos com Eostremonat, nome
de um antigo mês germânico, ou de Eostre, uma deusa germânica relacionada com a
primavera que era homenageada todos os anos, no mês de Eostremonat, de acordo
com o Venerável Beda, historiador inglês do século VII.
O Equinócio de Primavera, também conhecido como Ostara é o primeiro dia
da Primavera e um dos oito Sabbats do ano. É o momento do ano em que o Sol está
diretamente acima do equador – fazendo com que noite e dia tenham a mesma
duração.
Ostara é celebrado por volta de 21 de Março É tido com o tempo para
rituais de fertilidade, pois é o momento em que a vida se renova.
Ostara é um Festival Solar.
Na agricultura, assinala o momento em que as sementes são plantadas e
começam o seu processo de crescimento. É tido como um momento de união e amor
entre a Deusa (Lua) e o Deus (Sol), pois é um período de igualdade e equilíbrio
entre as forças da Natureza – marcando também o momento ideal para fortalecer a
energia entre homem e mulher. Nesse momento, eles são um só, se completam.
Neste dia, a escuridão e a luz estão equilibradas, assim sendo, este
Sabbat traz sentimentos de equilíbrio e interação. Desse dia em diante o dia
domina a noite – os dias são maiores que as noites e a Terra explode com vida.
É o retorno do Deus (Sol) após ter estado no mundo inferior ou útero da Deusa
durante o período de Inverno.
A Natureza revela-nos o momento de plantar, tanto as sementes na terra
como na vida. É o período de celebrar as mudanças do corpo, pois nesta estação
do ano ficamos mais ativos, dormimos menos, comemos menos e gastamos mais tempo
ao ar livre.
A mais conhecida tradição pagã de Ostara é a decoração dos ovos. O ovo
simboliza a fertilidade de toda a criação. Os ovos costumam ser utilizados para
enfeitar o altar e, posteriormente, comidos ou colocados na natureza como
oferendas.
Outro simbolismo é o do coelho, pois este é um dos maiores símbolos de
fertilidade. O coelho leva 28 dias para gerar e dar à luz aos seus filhotes. O
ciclo completo de uma lunação. Além disso, o coelho está associado à Deusa
Ostara ou Eostre que era habitualmente cultuada na Europa pagã.
Ostara é o tempo da renovação, o momento ideal para projetar o novo
ciclo e passar alguns momentos junto a Natureza.
Cores de Ostara: verde, amarelo, branco.
Ervas: lavanda, manjerona, violetas, musgo de carvalho, rosas, tulipa,
verbena.
Pedras: quartzo branco, quartzo rosa, ágata, lápis-lazúli, amazonita,
citrino.
“É preciso lembrar que mais uma vez a roda do ano gira e nos leva de
encontro a nós mesmos – pedindo um momento de silêncio onde possamos refletir
sobre nossos atos e no momento seguinte nos dedicarmos a um novo período de
nossas vidas. E não podemos esquecer que abraçar o novo não significa abandonar
tudo que fizemos até então, pois nossos passos nos levam ao momento seguinte.”
Blessed be.
Ostara
Muito antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a
Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera.
A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro
de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da
cristandade. A palavra "páscoa" – do hebreu "peschad", em
grego "paskha" e latim "pache" – significa
"passagem", uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou
vernal), que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou
23 de setembro.
De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário
voltar para a Idade Média e lembrar os antigos povos pagãos europeus que, nesta
época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer dizer
Páscoa.
Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão
e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de
seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova
vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Perséfone. Na mitologia romana, é
Ceres.
Os pássaros estão cantando, as árvores estão brotando. Surge o delicado
amarelo do Sol e o encantador verde das matas.
A celebração de Ostara comemora a fertilidade, um tradicional e antigo
festival pagão que celebra o evento sazonal equivalente ao Equinócio da
primavera.
Algumas das tradições e rituais que envolvem Ostara incluem fogos de
artifícios, ovos, flores e coelho.
Ostara representa o renascimento da terra, muitos de seus rituais e
símbolos estão relacionados à fertilidade. Ela é o equilíbrio quando a
fertilidade chega depois do inverno. É o período que a luz do dia e da noite tem
a mesma duração. Ostara é o espelho da beleza da natureza, a renovação do
espírito e da mente. Seu rosto muda a cada toque suave do vento. Gosta de
observar os animais recém-nascidos saindo detrás das árvores distantes,
deixando seu espírito se renovar.
Ostara foi cristianizada como a maior parte dos antigos deuses pagãos.
Os símbolos tradicionais da Páscoa vêm de Ostara. Os ovos, símbolo da
fertilidade, eram pintados com símbolos mágicos ou de ouro, eram enterrados ou
lançados ao fogo como oferta aos deuses. É o Ovo Cósmico da vida, a fertilidade
da Mãe Terra.
Ostara gosta de verde e amarelo, cores da natureza e do sol.
O Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema de calendário
lunar, que coloca o feriado no primeiro Domingo após a primeira lua cheia ou
seguindo o equinócio.
A Páscoa foi nomeada pelo deus Saxão da fertilidade Eostre, que
acompanha o festival de Ostara como um coelho, por esta razão, o símbolo do
coelho de páscoa na tradição cristã. O coelho é também um símbolo de
fertilidade e da fortuna.
A Páscoa foi adaptada e renomeada pelos cristãos, do feriado pagão
Festival de Ostara, da maneira que melhor lhe convinha na época assim como a
tradição dos símbolos do Ovo e do Coelho.
A data cristã foi fixada durante o Concílio de Nicéa, em 325 d.c., como
sendo "o primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre após ou no
equinócio da primavera boreal, adotado como sendo 21 de março.
A festa da Páscoa passou a ser uma festa cristã após a última ceia de
Jesus com os apóstolos, na Quinta-feira santa. Os fiéis cristãos celebram a
ressurreição de Cristo e sua elevação ao céu. As imagens deste momento são a
morte de Jesus na cruz e a sua aparição. A celebração sempre começa na
Quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Páscoa: é a chamada semana
santa.
O significado da Páscoa
A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo.
Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali
permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram
reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as
pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.
Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais
pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa
judaica. É uma das mais importantes festas do calendário judaico, que é
celebrada por 8 dias e comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante o
reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade. Um ritual de
passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida.
No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se
do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de
Pasqua e os franceses de Pâques.
Nossos amigos de Kidlink nos contaram como se escreve "Feliz
Páscoa" em diferentes idiomas. Assim: (Faraone – 20/04/2003)
O verdadeiro sentido da Páscoa
Por José Luiz C. Duarte
A festa da Páscoa
Para entendermos a Páscoa cristã, vamos, sinteticamente, buscar sua
origem na festa judaica de mesmo nome. O ritual da Páscoa judaica é apresentado
no livro do Êxodo (Ex 12.1-28). Por essa festa, a mais importante do calendário
judaico, o povo celebra o fato histórico de sua libertação da escravidão do
Egito acontecido há 3.275 anos, cujo protagonista principal desse evento foi
Moisés no comando de seu povo pelo mar vermelho e deserto do Sinai.
O evento ÊXODO/SINAI compreende a libertação do Egito, a caminhada pelo
deserto e a aliança no monte Sinai (sintetizado nos dez mandamentos dado a
Moisés). De evento histórico se torna evento de fé. A passagem do mar vermelho
foi lembrada como Páscoa e ficou como um marco na história do povo hebreu. Nos
anos seguintes ela sempre foi comemorada com um rito todo particular.
Todo ano, na noite de lua cheia de primavera, os hebreus celebravam a
Páscoa, com o sacrifício de cordeiro e o uso dos pães ázimos (sem fermentos),
conforme a ordem recebida por Moisés (Ex 12.21.26-27; Dt 12.42). Era uma
vigília para lembrar a saída do Egito (forma pela qual tal fato era passado de
geração em geração – Ex 12.42; 13.2-8).
Essa celebração ganhou também dimensão futura com o passar do tempo. E
quando novamente dominados por estrangeiros, celebravam a Páscoa lembrando o
passado, mas pensando no futuro, com esperança de uma nova libertação, última e
definitiva, quando toda escravidão seria vencida, e haveria o começo de um
mundo novo há muito tempo prometido.
A celebração da Páscoa reunia três realidades distintas:
·
uma realidade do
passado: o acontecimento histórico da libertação do Egito quando Israel
tornou-se o povo de Deus;
·
uma realidade do
presente: a memória ritual (=celebração) do fato passado levava o israelita a ter
consciência de ser um ‘libertado’ de Javé (=Deus), não somente os antepassados,
mas o sujeito de hoje (Dt 5.4);
·
uma realidade futura:
a libertação do Egito era símbolo de uma futura e definitiva libertação do povo
de toda a escravidão. Libertação esta que seria a nova Páscoa, marcando o fim
de uma situação de pecado e o começo de uma nova era.
Jesus oferecendo seu corpo e sangue assume o duplo sentido da páscoa
judaica: sentido de libertação e de aliança. E ao celebrar a Páscoa (Mt
26,1-2.17-20), Ele institui a NOVA PÁSCOA, a Páscoa da libertação total do mal,
do pecado e da morte numa aliança de amor de Deus com a humanidade.
A nova Páscoa não era uma libertação política do poder dos romanos, como
os judeus esperavam. Poucos entenderam que o Reino de Deus transcende o aspecto
político, histórico e geográfico.
Hoje, ao celebrarmos a Páscoa, não o fazemos com sacrifício do cordeiro
e alimentando-nos com pães sem fermento, pois Cristo se deu em sacrifício uma
vez por todas (Jo 1.29; 1Cor 5.7; Ef 5.2; Hb 5.9), como cordeiro pascal, como
prova e para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime.
Os símbolos da Páscoa
Nas últimas cinco décadas a humanidade se transformou. O capitalismo
tomou conta do mundo e transformou tudo (ou quase tudo) em fonte de capital, de
lucro, de consumo. Assim as festas, grande parte de caráter religioso, se
tornaram ocasião de um consumo maior. Entre elas temos o Natal, Páscoa, dia das
mães, dia dos pais e até o dia das crianças.
Com a profanização, esses eventos perderam seus sentidos originais,
humanos, familiares e religiosos. E hoje a riqueza simbólica das celebrações
muitas vezes não passa de coisas engraçadas, incomuns e sem sentido. Por isso,
o propósito deste artigo é tentar resgatar um pouco o sentido das coisas, das
festas e celebrações e, simultaneamente, refletir sobre o sentido da vida
humana.
Não pretendemos estudar profundamente todos os símbolos da Páscoa
cristã, mas mostrar o sentido cristão de alguns deles.
Os ovos de páscoa
Na antiguidade os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da
primavera e presentear os amigos. Para os povos antigos o ovo simbolizava o
nascimento. Por isso, os persas acreditavam que a Terra nascera de um ovo
gigante.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos
coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova
vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e
doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as
crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e
outras figuras religiosas.
Os ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente
original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. A própria
natureza, nestes países, renascia florida e verdejante após um rigoroso
inverno.
Em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam
que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos. Em outros, as crianças procuram
os ovinhos escondidos pela casa, como acontece nos Estados Unidos.
Antigamente, me lembro, há mais de 20 anos, o costume era enfeitar e
pintar ovos de galinha, sem gema e clara, e recheá-los com amendoim revestido
com açúcar e chocolate. Os ovos de Páscoa, como conhecemos hoje (de chocolate),
era produto caro e pouco abundante.
De qualquer forma o ovo em si simboliza a vida imanente, oculta,
misteriosa que está por desabrochar.
A Páscoa é a festa magna da cristandade e por ela celebramos a
ressurreição de Jesus, sua vitória, sua morte e a desesperança (Rm 6.9). É a
festa da nova vida, a vida em Cristo ressuscitado. Por Cristo somos
participantes dessa nova vida (Rm 6.5).
O chocolate
Essa história tem seu início com as civilizações dos Maias e Astecas,
que consideravam o chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro. Os astecas
usavam-no como moeda.
Na Europa aparece a partir do século XVI, tornando-se popular
rapidamente. Era uma mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois
juntada com água, mel e farinha. O chocolate, na história, foi consumido como
bebida. Era considerado como alimento afrodisíaco e dava vigor. Por isso, era
reservado, em muitos lugares, aos governantes e soldados. Os bombons e ovos,
como conhecemos, surgem no século XX.
Os coelhos
A tradição do coelho da Páscoa foi trazida para as Américas pelos
imigrantes alemães em meados do século 18. O coelho visitava as crianças e
escondiam os ovinhos para que elas os procurassem.
No antigo Egito o coelho simbolizava o nascimento, a vida. Em outros
pontos da terra era símbolo da fertilidade, pelo grande número de filhotes que
nasciam.
Eles também têm a ver com a vida, mas à abundância da vida, inesgotável,
de se multiplicar sem se esgotar. Qual a relação disso com os coelhos?
Cristo, para o cristianismo, é essa Vida Nova, inesgotável e abundante.
A liturgia do Sábado Santo e do Domingo da Páscoa está repleta de
símbolos. Vejamos alguns deles:
O fogo
No Sábado Santo a celebração é iniciada com a bênção do fogo, chamado de
"fogo novo". Os agricultores, desprovidos de tecnologia e de
conhecimento, utilizam o fogo, uma técnica milenar e primitiva, para limpar o
terreno que será destinado ao plantio. Nesse caso o fogo limpa aquele espaço do
mato das ervas daninhas e de tudo aquilo que prejudica ou é obstáculo para o
plantio. Em grandes incêndios florestais o fogo aparece como uma força
destruidora e às vezes incontrolável e invencível, como aconteceu recentemente
nos Estados Unidos e Grécia.
Na liturgia, Cristo é esse fogo que veio limpar o mundo do pecado, da
desesperança, do ódio pregando e instaurando o Reino de Deus (Mt 3.11; Mt
13.40; Lc 12.49; Hb 12.29).
A Sua ressurreição mostra que Ele destruiu até a morte, o grande medo
humano. O pecado foi vencido pela graça de sermos filhos de Deus, templos de
Deus (Gl 4.7; Rm 8.14). O ser "imagem e semelhança de Deus" descrito
na criação, conforme o livro do Gênesis (Gn 1.26), foi restaurado por Ele. A
esperança por um mundo novo, justo e solidário foi reacendida.
A Água
Em nossa vida diária, utilizamos esse bem precioso para matar nossa
sede, para limpar de nosso corpo a sujeira e suor, para fazermos comida e para
limpeza doméstica. A água é também alimento principal das plantas e meio de
vida dos animais aquáticos. Ela também pode ser sinônimo de destruição, como
acontece nas grandes enchentes.
Para o cristianismo: Cristo é a verdadeira Água (Jo 4,9-15); a Água da
vida que livra para sempre o homem do egoísmo e da maldade, desde que ele queira
beber dessa Água; a morte e ressurreição de Jesus destruiu para sempre a
incerteza do futuro e própria morte trazendo à humanidade o verdadeiro sentido
da vida.
O batismo é a resposta do ser humano à proposta de Deus. Por isso após a
bênção da água se realiza a renovação das promessas batismais (Rm 6.1-11).
A aspersão do povo com água benta simboliza a nossa disposição em nos
limpar de tudo aquilo que fere e prejudica o outro.
O Cordeiro
O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa. No Antigo Testamento, a
Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um
cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a
libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a
libertação e a aliança de Deus com seu povo.
No Novo Testamento, Cristo é o Cordeiro de Deus sacrificado uma vez por
todas em prol da salvação de toda a humanidade. É a nova Aliança de Deus
realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.
Óleos Santos
Na antiguidade os lutadores e guerreiros se untavam com óleos, pois
acreditavam que essas substâncias lhes davam forças. Para nós cristãos, os
óleos simbolizam o Espírito Santo, aquele que nos dá força e energia para vivermos
o evangelho de Jesus Cristo.
Pão e vinho
O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais
comum para muitos povos. Cristo ao instituir a eucaristia se serviu dos
alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas
pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna
do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós.
O porquê da Páscoa não ser no mesmo dia todo ano
A origem é a Páscoa dos judeus, comemorada sempre no domingo da primeira
lua cheia da primavera (outono para nós do hemisfério sul). Isso ocorre entre
22 de março e 24 de abril.
Conclusão
Para nós, os cristãos, o centro de nossa fé será sempre Cristo que
morreu e ressuscitou para nos mostrar que o Reino de Deus pregado por Ele está
presente e vivo entre nós. A utopia de um mundo irmão, de paz e solidariedade é
possível e é esse Reino. A vida, a morte e a ressurreição de Jesus são a concretização
dessa utopia (Lc 17.21; Lc 21.28-33).
A partir desses pressupostos todos os símbolos são fáceis de serem
entendidos.
A Páscoa judaica
A Páscoa judaica é marcada, sobretudo, pela refeição (Seder) pascal, que
é feita em família. Além do jantar em família, eram celebrados ritos no templo,
incluindo o sacrifício do cordeiro, hoje não se celebram mais esses ritos, mas
há leituras nas sinagogas.
No jantar da Páscoa há alguns elementos importantes como o cordeiro
assado, pães ázimos, ervas amargas, ervas doces e o molho doce com cor de
tijolo. Na época do templo o cordeiro pascal era sacrificado no próprio templo,
porém com sua destruição isso não foi mais possível, mas ficou a lembrança.
Pois, na bandeja da páscoa sobre a mesa do Seder, deve ter um osso grelhado,
para lembrar do cordeiro e um ovo, "para lembrar as oferendas festivas que
acompanhavam os sacrifícios" (Mansonneuve, Festas Judaicas, p. 31). Talvez
venha daí nossa tradição do "ovo da Páscoa", tão condenado por muitos
hoje.
O jantar da Páscoa tem um caráter eminentemente didático, ele ensina às
gerações mais novas a torah oral, pois o filho mais novo pergunta o sentido de
cada elemento e o pai ou oficiante responde com base nos textos da torah,
conforme ensinou Hillel e Gamaliel. O rabino Gamaliel dizia: Quem não explicou
os três elementos que acompanham a Páscoa não cumpriu com sua obrigação. Essa
explicação se dá no Seder como resposta às perguntas do filho menor.
O Cordeiro Pascal (pesah) "é o sacrifício da páscoa de Jahwé, que
passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e
livrou nossas casas" (Ex 12.27).
O Pão Ázimo (matsah) simboliza a falta de tempo de fermentar a massa do
pão na saída do Egito. "E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do
Egito, porque ela não tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não
puderam deter-se, nem haviam preparado comida." (Ex 12.39).
As Ervas Amargas (maror) têm seu lugar porque os egípcios tornaram a
vida dos israelitas amarga com o sofrimento da escravidão. "Assim lhes
amargurava a vida com pesados serviços em barro e em tijolos, e com toda sorte
de trabalho no campo, enfim com todo o seu serviço, em que os faziam servir com
dureza (Ex 1.14)". Hillel introduz ainda o molho doce, cor de tijolo,
lembrando a produção de seu trabalho, no qual é embebida a erva amarga para
comer, pois a amargura da servidão se tornou em doçura, graças à salvação. Esse
também será o sentido das ervas doces.
O aspecto didático da Páscoa é prescrito em Ex 12.25-26. Há no Midrasch
a apresentação de quatro filhos, que representam quatro posturas diante da
cerimônia.
O sensato, que quer aprender o sentido da Páscoa, por compreender ser
ordenança de Jahwe;
O insensato, que não se compreende como parte da comunidade pascal, se
excluindo de sua própria origem;
O ingênuo, que desconhece o sentido e é esclarecido;
O que não sebe fazer pergunta, a este é explicado por iniciativa do pai.
A Páscoa judaica é assim, rica em sentidos, pois representa uma
atualização da libertação de Deus da escravidão egípcia, com uma oportunidade
de ensino doméstico da torah, mantendo as gerações participantes da ação
libertadora de Jahwe na história.
Ágabo Borges de Sousa
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