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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Lenda do Orixá Nanã

LENDA dos ORIXÁS










NANÃ




ALTERNATIVA


NANÃ certa feita, numa reunião com todos os Imalés, falou-se muito sobre Obatalá, aquele que criou os homens, sobre Orunmilá, o dono do destino dos seres humanos. Sobre Bará disseram que era um importante mensageiro, e sobre Ogun, que era o mais importante de todos, que era o dono do ferro e dos metais e que sem as ferramentas que ele fazia era impossível plantar, colher, construir ou fazer a guerra. Todos o reverenciaram, menos NANÃ.
Ela se dispôs a provar que não precisava dos metais.
Com as madeiras mais duras da floresta fez cavadeiras para semear e cavar; para caçar, fez flechas de caniço e osso; para cozinhar, panelas de barro; para guerrear, lanças e clavas, facas de bambu e escudos de couro de rinoceronte.


ATRÁS DO ARCO-IRIS


NANÃ andava muito preocupada com Euá, solitária e silenciosa, que vivia isolada do convívio de todos.
Euá muito linda, tão linda como as manhãs ensolaradas, e tinha inúmeros pretendentes, mas não queria contrair matrimônio com nenhum deles.
Queria permanecer solteira e casta.
Sua vida se resumia na tarefa de fazer cair a noite, puxando o sol com o arpão, ela era o próprio horizonte, o exato lugar de encontro entre ôrun e o aiê.
NANÃ preocupada foi consultar um babalaô, pedindo ajuda a Orumilá: que fosse feito algo que mudasse a cabeça de donzela tão teimosa.
Quando Euá soube da intenção de NANÃ, chorou tanto, que Oxumarê, apiedou-se e levou-a para o céu, escondendo atrás do arco-íris, num local onde NANÃ não tem acesso.
NANÃ tem medo de alturas.


CASTIGO

NANÃ era rainha de um povo e tinha poder sobre os mortos. Para roubar esse poder, Oxalá casou com ela, mas não ligava para a mulher. Então, NANÃ fez um feitiço para ter um filho.
Tudo aconteceu como ela queria, mas por causa do feitiço, o filho Omolu nasceu todo deformado, horrorizada, NANÃ jogou-o no mar para que morresse. Como castigo pela crueldade, quando NANÃ engravidou de novo, Orunmilá disse que o filho seria lindo, mas se afastaria dela para correr mundo.
E nasceu Oxumaré, que durante 6 meses vive no céu como o arco-íris, e nos outros 6 é uma cobra que se arrasta no chão.


CLAUSURA


Euá, filha de Obatalá e NANÃ, vivia em seu castelo como se estivesse numa clausura. O amor de Obatalá por ela era muito estranho. A fama da beleza e da castidade da princesa chegou a todas as partes, inclusive ao reino de Xangô.
Mulherengo como era, Xangô planejou como iria seduzir Euá. Empregou-se como jardineiro no palácio de Obatalá. Um dia Euá apareceu na janela e admirou-se de Xangô. Nunca havia visto um homem como aquele. Não se tem notícia de como Euá se entregou a Xangô, no entanto, arrependida de seu ato, pediu ao pai que lhe enviasse a um lugar onde nenhum homem lhe enxergasse.
Obatalá deu-lhe o reino dos mortos. Desde então é Euá quem, no cemitério, entrega a Oiá os cadáveres que Obaluaiê conduz para que Orisá-Okô os coma.

DEVOLUÇÃO

Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, Oxalá tentou vários caminhos.
Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.
Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura.
De pedra, mas ainda a tentativa foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu.
Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que NANÃ veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde ela morava, a lama sob as águas, que é NANÃ.
Oxalá criou o homem, o modelou no barro.
Com o sopro de Olorum ele caminhou.
Com a ajuda dos Orixás povoou a Terra.
Mas tem um dia que o homem tem que morrer.
O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de NANÃ.
NANÃ deu a matéria no começo, mas quer de volta no final tudo o que é seu.




DISCÓRDIA

Certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual.
Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não é tão importante assim, torceu com as próprias mãos os animais destinados ao sacrifício em seu ritual.


MISTÉRIO DO JARDIM

NANÃ era considerada como a grande justiceira. Qualquer problema que ocorria em seu reino, os habitantes a procuravam para ser a juíza das causas.
No entanto, NANÃ era conhecida como aquela que sempre castigava mais os homens, perdoando as mulheres.
NANÃ possuía um jardim em seu palácio onde havia um quarto para o Eguns, que eram comandados por ela.
Se alguma mulher reclamava do marido, NANÃ mandava prendê-lo chamando os Eguns para assustá-lo, libertando o faltoso em seguida.
Oxalufã sabedor das atitudes da velha NANÃ resolveu visitá-la.
Chegou a seu palácio faminto e pediu a NANÃ que lhe preparasse um suco com igbins.
Oxalufã muito sabido fez NANÃ beber dele, acalmando-a e a cada dia que passava ela gostava mais do velho rei.
Pouco a pouco NANÃ foi cedendo aos pedidos do velho, até que um dia levou-o a seu jardim secreto, mostrando-lhe como controlava os Eguns.
Na ausência de NANÃ, Oxalufã vestiu-se de mulher e foi ter com os Eguns, chamando-os exatamente como NANÃ fazia, ordenando-lhes que deveriam obedecer a partir dali somente ao homem que vivia na casa da rainha.
Em seu retorno NANÃ tomou conhecimento do fato ficando zangada com o velho rei.
Foi então que rogou uma praga no velho rei que partir dali nunca mais usaria vestes masculinas.
Por isso até hoje Oxalufã veste-se com saia cumprida e cobre o rosto como as deusas rainhas.



PIEDADE

De volta de uma de suas viagens à África, NANÃMBURUQUÊ deu a luz a um menino, Obaluaê.
Verificando, a seguir que seu filho tinha adquirido a lepra, não quis saber dele e o abandonou .
Iemanjá irmã de Obaluaê apiedou-se do irmão e resolveu tomar conta dele.
Criou Obaluaê dando- lhe pipoca com mel. Cuidava suas feridas com dendê.


PUNIÇÃO EM DOSE DUPLA

Olorun enviou NANÃ e Oxalá para viverem na Terra e criarem a humanidade.
Os dois foram dotados de grandes poderes para desempenharem essa tarefa, mas somente NANÃ tinha o domínio do reinado dos Eguns, e guardava esses segredos, bem como o da geração da vida, em sua cabaça.
Oxalá não se conformava com esta situação, queria poder compartilhar desses segredos. Tentava agradar sua companheira com oferendas para convencê-la a revelar seu conhecimento.
NANÃ, sentindo-se feliz com as atitudes de Oxalá, decide mostrar-lhe Egun, mas apenas ela era reconhecida nesse reinado.
Certa vez, enquanto NANÃ trabalhava com a lama, Oxalá, disfarçando-se com as roupas dela, foi visitar Egun, sem lhe pedir autorização.
Quando NANÃ, sentiu a falta de Oxalá e de sua própria vestimenta, teve certeza de que ele havia invadido o seu reinado, atraiçoando-a gravemente.
Enfurecida com a descoberta, resolveu fechar a passagem do mundo proibido, deixando Oxalá preso.
Enquanto isso, Oxalá caminhava no reinado de NANÃ, tentando descobrir seus mistérios, mas apenas ela conseguia comunicar-se com os Eguns.
Egun, sempre envolto em seus panos coloridos, não tinha rosto, nem voz.
Oxalá, usando um pedaço de carvão, criou um rosto para ele, como já havia feito com os seres humanos, e, com seu sopro divino, abriu-lhe a fala. Assim, ele conseguiu desvendar os segredos que tanto queria, mas, quando se deu conta, viu que não conseguia achar a saída.
NANÃ não sabia o que fazer, por isso fechou a passagem para mantê-lo preso até encontrar uma forma de castigá-lo.
Contou a Olorun sobre a traição de Oxalá, que não aprovou a atitude de ambos.
NANÃ errou ao revelar a Oxalá os segredos que o próprio Olorun lhe confiara. Para castigá-la, tomou o seu reinado e o entregou a Oxalá, pois ele desempenhara melhor a tarefa de zelar pelo Eguns.
Oxalá também foi castigado, pois invadiu o domínio de um outro orixá. Daquele dia em diante, Oxalá seria obrigado a usar as roupas brancas de NANÃ, cobrindo o seu rosto com um chorão, que somente as Iabás usam.


TUDO TEM SEU PREÇO


Oxalá seduz NANÃ e rouba-lhe a exclusividade do poder sobre os espíritos dos mortos. Para tanto se vestiu de mulher, fingiu que era NANÃ, e, por assim dizer, domesticou os terríveis Egungun que até então, faziam tudo que ela mandava. Mas para tirar o poder da grande mãe teve que pagar um preço.
Oxalá usa saia até hoje.



POR AMOR

Na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore e então Nanã chamava os Eguns para assustá-lo.
Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar NANÃ e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. NANÃ dividiu o reino com ele, mas proibiu sua entrada no Jardim dos Eguns.
Mas Oxalá espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos.
Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de NANÃ, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem "ao homem que vivia com ela ".
Quando NANÃ descobriu o golpe, quis reagir, mas como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido.
Hoje no Culto aos Egungun só os homens são iniciados para chamar os Eguns.




TEMPO DE VALIDADE

Quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde ela morava, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos orixás, povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo, mas quer de volta no final tudo o que é Nanã Buruku é uma velhíssima divindade das águas, vinda de muito longe e há muito tempo. Ogum é um poderoso chefe guerreiro que anda, sempre, à frente dos outros Imalés. Eles vão, um dia, a uma reunião. É a reunião dos duzentos Imalés da direita e dos quatrocentos Imalés da esquerda. Eles discutem sobre seus poderes. Eles falam muito sobre obatalá, aquele que criou os seres humanos. Eles falam sobre Orunmilá, o senhor do destino dos homens. Eles falam sobre Exú: "Ah! É um importante mensageiro!" Eles falam muita coisa a respeito de Ogum. Eles dizem: "É graças a seus instrumentos que nós podemos viver. Declaramos que é o mais importante entre nós!"
Nanã Buruku contesta então: "Não digam isto. Que importância tem, então, os trabalhos que ele realiza?" Os demais orixás respondem: "É graças a seus instrumentos que trabalhamos pelo nosso alimento. É graças a seus instrumentos que cultivamos os campos. São eles que utilizamos para esquartejar." Nanã conclui que não renderá homenagem a Ogum. "Por que não haverá um outro Imalé mais importante?" Ogum diz: "Ah! Ah! Considerando que todos os outros Imalés me rendem homenagem, me parece justo, Nanã, que você também o faça."
Nanã responde que não reconhece sua superioridade. Ambos discutem assim por muito tempo. Ogum perguntando: "Você pretende que eu não seja indispensável?" Nanã garantindo que isto ela podia afirmar dez vezes. Ogum diz então: "Muito bem! Você vai saber que eu sou indispensável para todas as coisas." Nanã, por sua vez, declara que, a partir daquele dia, ela não utilizará absolutamente nada fabricado por Ogum e poderá, ainda assim, tudo realizar. Ogum questiona: "Como você fará? Você não sabe que sou o proprietário de todos os metais? Estanho, chumbo, ferro, cobre. Eu os possuo todos." Os filhos de Nanã eram caçadores. Para matar um animal, eles passaram a se servir de um pedaço de pau, afiado em forma de faca, para o esquartejar. Os animais oferecidos a Nanã são mortos e decepados com instrumentos de madeira. Não pode ser utilizada a faca de metal para cortar sua carne, por causa da disputa que, desde aquele dia, opôs Ogum a Nanã.



RIVALIDADE

A rivalidade entre NANÃ Burucu e Ogum data de tempos, Ogum, o ferreiro guerreiro, era o proprietário de todos os metais.
Eram de Ogum os instrumentos de ferro e aço, por isso era tão considerado entre os orixás, pois dele todas as outras divindades dependiam.
Sem a licença de Ogum não haviam sacrifícios; sem sacrifício não havia orixá, Ogum é Senhor da Faca, todos os orixás o reverenciavam, mesmo antes de comer pediam licença a ele pelo uso da faca, o obé com que se abatiam os animais e se preparava a comida .
Contrariada com essa precedência dada a Ogum, NANÃ disse que não precisava de Ogum para nada, pois se julgava mais importante do que ele.
-Quero ver como vais comer, sem faca para matar os animais, disse Ogum.
Ela aceitou o desafio e nunca mais usou a faca, foi sua decisão que, no futuro, nenhum de seus seguidores se utilizaria de objetos de metal que sacrifícios feitos a ela fossem feitos sem a faca, sem precisar da licença de Ogum.



VIAJANTE

Ogun numa de suas viagens, aproximou-se das terras de NANÃ. Sabia que o lugar era governado por uma velha e poderosa senhora.
Se quisesse, não seria difícil tomar as terras de NANÃ, pois para Ogum, não havia exército, nem força que o detivesse.
Mas Ogum estava ali apenas de passagem.
Seu destino era outro, mas seu caminho atravessava as terras de NANÃ.
Isto ele não podia evitar e nem o importava, uma vez que nada o assustava e Ogum nada temia.
Na saída da floresta, Ogum deparou-se com um pântano, lamacento e traiçoeiro, limite do inicio das terras de NANÃ. Era por ali que teria que passar.
Seu caminho, em linha reta, era aquele – por pior que fosse e não importando quem dominava o lugar.
O destino e objetivo de Ogum era o que realmente lhe importavam.
Parou à beira do pântano e já ia atravessá-lo quando ouviu a voz rouca e firme de Nanã:
- Esta terra tem dono. Peça licença para penetrar nela!
No que Ogum respondeu em voz alta:
- Ogum não pede, toma! Ogum não pede, exige! E não será uma velha que impedira meu objetivo!
- Peça licença, jovem guerreiro, ou se arrependerá! Retrucou NANÃ com a voz baixa e pausada.
- Ogum não pede licença, avança e conquista! Para trás, velha, ou vai conhecer o fio da minha espada e a ponta de minha lança!
Dito isto, Ogum avançou pelo pântano, atirando lanças com pontas de metal contra NANÃ.
Ela, com as mãos vazias, cerrou os olhos e determinou ao pântano que tragasse o imprudente e impetuoso guerreiro.
E assim aconteceu...
Aos poucos, Ogum foi sendo tragado pela lama do pântano, obrigando-o a lutar bravamente para salvar sua própria pele, debatendo-se e tentando voltar atrás.
Ogum lutou muito, observado por NANÃ, até que conseguiu salvar sua vida, livrando-se das águas pantanosas e daquela lama que quase o devorava.
Ofegante e assustado, Ogum foi forçado a recuar, mas sentenciou:
- Velha feiticeira! Quase me matou! Não atravessarei suas terras, mas vou encher este de pântano de aço pontudo, para que corte sua carne!
NANÃ, impassível e calma, voltou a observar:
- Tu és poderoso, jovem e impetuoso, mas precisa aprender a respeitar as coisas.
Por minhas terras não passarás, garanto!
E Ogum teve que achar outro caminho, longe das terras de NANÃ. Esta, por sua vez, aboliu o uso de metais em suas terras.
E, até hoje, nada por ser feito com lâminas de metal para NANÃ.


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