Bom dia

Bom dia

Relógio

Peregrino na Estrada da Vida

Peregrino na Estrada da Vida
Peregrino na Estrada da Vida

Facebook

Facebook
Facebook Rakaama

Twitter

Twitter
@Pjrakaama

Pode copiar

Pode copiar

terça-feira, 17 de maio de 2011

Lenda do Orixá Ododua

LENDA dos ORIXÁS







ODUDUÁ

A PRIMEIRA IYÁ MI

Quando Olórum mandou criar o Aié enviou como seus emissários Ogum, Oxalá e ODUDUÁ.
Destes três, ODUDUÁ era a única mulher.
À Ogum, Olórum deu a ele a espada para abrir qualquer caminho, qualquer possibilidade para atingir o que se desejasse.
Conferiu a ele o poder da sobrevivência e do progresso.
À Oxalá conferiu o poder da criação e o saco da criação de onde tiraria o que desejasse, tinha o poder do Axé.
E então, ODUDUÁ, preocupada com a sua posição diante dos irmãos, voltou e foi suplicar com o Pai
-Olórum meu Pai, conferiste a maior parte dos poderes aos meus irmãos, e ambos são homens, ficarei eu eternamente subjugada a eles que dos três sou a mais frágil?
E Olórum respondeu:-Minha querida filha, voltastes para vir ter comigo, pelo seu sinal de confiança em meu amor, dar-te-ei o maior de todos os poderes.

E deu à Odudua o famoso pássaro de Olórum, Aragamago.
ODUDUÁ espantou-se com tão generosa oferta.
Pois era todo o poder da Vida, era a Força do Axé, sem ele, nada se faria, nada se cumpriria.
E completou Olorum:
-Tens o poder do pássaro, tudo que Ogum e Oxalá quiserem fazer no Aiê, terão de ter sua aprovação.
Sem o seu consentimento, nada se realizará.
Fica então decretado que tudo o que o homem quiser realizar deverá ter o apoio da mulher.
E então indagou-a: ODUDUÁ, como usarás este formidável poder?
Ela respondeu: Aquele que me reverenciar e me pedir uma dádiva, eu dá-la-ei.
Mas se esquecer-se de mim, ou demonstrar ingratidão, eu retirarei.
Se me pedir um filho, ou dinheiro, eu dar-lhe-ei, mas se esquecer-se de mim, e minha lei não seguir, eu o tomarei de volta.
E assim Olorum disse-lhe: Está concedido a ti o poder minha filha, mas use-o com sabedoria, se abusares de seu poder, ficarás sem ele.
E assim ODUDUÁ retirou-se da presença de Olórum e retornou ao Aié, como a mais poderosa dos três e tornou-se a primeira Iyá Mi Agbá, nossa primeira Mãe Ancestral.



BEBEDEIRA

Oxalá pôs-se a caminho apoiado num grande cajado de estanho, seu òpá osorò ou paxorô, cajado para fazer cerimônias.
No momento de ultrapassar a porta do além, encontrou Bará, que, entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos.
Bará descontente com a recusa do grande orixá em fazer as oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede intensa.

Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso senão o de furar com seu paxorô, a casca do tronco de um dendezeiro.
Um líquido refrescante dele escorreu: era o vinho de palma.
Ele bebeu-o ávida e abundantemente.
Ficou bêbado, e não sabia mais onde estava e caiu adormecido.
Veio então ODUDUÀ, criado por Olodumaré depois de Oxalá é o maior rival deste, vendo o grande orixá adormecido, roubou-lhe o saco da criação e dirigiu-se à presença de Olodumaré para mostrar-lhe o seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá.
Olodumaré exclamou:
Se Ele está neste estado, vá você, ODUDUÁ! Vá criar o mundo!
ODUDUÁ saiu assim do Orun e encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair a substância preta contida no saco da criação.
Era terra.
Formou-se, então, um montículo que ultrapassou a superfície das águas, aí, ela colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras, esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas.
Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais, o que em iorubá se diz ilè nfè, expressão que deu origem ao nome da cidade de ilê ifé.
ODUDUÁ aí se estabeleceu, seguida pelos outros orixás, e tornou-se assim o obá da terra.


CAMALEÃO

ODUDUÁ vivia insatisfeita com a forma horrível do Aiê.
Tamanha feiúra, irritava-a muito e desencadeava sua cólera. Orunmilá aconselhou-a a deixar o assunto nas mãos artísticas de Euá.
Não era tarefa fácil de fazer.
Euá começou a pensar como poderia desempenhar as ordens da mãe, mulher sem muita paciência, poderosa e irascível, que não gostava de ser contrariada.
Foi ter com Orunmilá, o qual aconselhou-a assumir a forma do camaleão.
Assim, poderia dar conta da tarefa.
Dito e feito.
Ela se transformou no camaleão e, como tal, aplainou ao máximo a superfície da terra, deixando-a linda, linda e uniforme para o deleite de ODUDUÁ.




FEROSES BATALHAS


Entre os homens que lutavam com mais valor estavam: Olufandei, que derrubava um oponente atrás do outro; Arishogùn e Alekuso, os quais pisavam forte na terra e infundiam pavor com suas elevadas estaturas e os rostos pintados com expressões ferozes em vivas cores; Obasin que ao morrer seu cavalo de uma lança,se armou de duas espadas e entre alardes quebrava lanças e confundia seus oponentes.

Também estava presente Obatalá, com uma faixa vermelha no peito, montado em um corcel branco e acompanhado pelo resto da cavalaria, repartindo talhos a torto e a direito.
Nesta ação, rodeava ao caudilho (chefe militar) uma aurora resplandecente que a irradiava o próprio Olórun.
Presente também, estava Azowano em seu cavalo e acompanhado do resto do exército, que a passo ligeiro e com gritos de guerra, disseminavam o desconcerto entre os adversários.
Com fúria e valentia foi aquele herói em direção a onde se aglomeravam o maior número de inimigos, em uma elevação do terreno na que se distinguia o rei contrário dando ordens.
E não parou de destruir filas de guerreiros até chegar ao chefe, o qual cortou a cabeça de um só golpe de sabre, e depois, com habilidade incrível, a pendurou em sua arma com o cavalo a galope.
Se lançou por todo o campo para exibir a cabeça aos inimigos enquanto lhes gritava:
Nagos e Congos, de que vale seguir lutando se está morto vosso rei?
Reconheçam nossa vitória e assim evitarão a morte de muitos mais.
Aquela cena foi suficiente para que, apavorados, fugissem os sobreviventes.
Depois dessa batalha, na qual Azowano se encheu de glória com a decapitação do rei inimigo, ODUDUÁ decidiu levantar acampamento sobre uma pequena elevação, onde ofereceram assistência aos guerreiros que se repunham da fadiga.
Decidiram reunir o conselho dos chefes para discutir os planos futuros.
Valentes guerreiros, nós temos empenhado o suficiente nestas terras e creio que é o momento de nos garantir, posto que contamos com uma tropa decidida e o apoio dos Orixás.
Penso na população que nos segue, não é prudente ir mais ao sul sem uma retaguarda segura.
Em que pensas, Bem Hassan?- inquiriu Azowano, eu desejo seguir avançando e não parar, até contemplar o mar que se estende ao outro lado dos bosques que habitam os nagôs!
Valente irmão, interveio Obatalá, reconheço essas idéias que sempre sonhamos, porém devemos valorizar o que nosso OBÁ ODUDUÁ, elegido pelas tribos, nos propõe.
Dito isto, olhou ao seu redor onde estavam os obás e os chefes das tropas, para detectar se existia algum sinal de desunião, possibilidade que sempre temia, dada a diferença de caracteres reunidos. Por isso recordo a todos a condição de OBÁ de ODUDUÁ e as alianças estabelecidas. Porém não encontrou motivo para seus temores.
Então se levantou a voz de Iemanjá, que disse:
- meu irmão, é suficiente, nós lembramos dos compromissos contraídos, junto com o sangue dos sacrifícios regado sobre os atributos sagrados, incluindo o próprio, que cruzaram entre si os caudilhos e guerreiros mortos!
Penso que o grande Olórun deu aos reis duas virtudes que os distinguem da gente comum. A primeira o valor, necessário em toda empresa grandiosa, e a segunda, a prudência, que permita levar ao fim ditas empresas sem arriscar o que já esteja ganho.
Exponha então, nosso rei, qual é o plano que tens em mente?
Vendo ODUDUÁ que todos esperavam, explicou:
Valoroso guerreiro seria vergonhoso que algum tropeço nos fizera regressar a terras nossas, o que diminuiria nosso mérito diante dos nossos filhos que nasçam no futuro, ou nos converteria em fracos diante dos nossos inimigos ao nos ver retroceder.
Porém não é motivo de vergonha que um exército, qualquer que seja o resultado de uma missão, regresse depois à sua cidade fortificada, onde os muros e portões protejam à família e encontrem abundantes alimentos, além da garantia de um difícil acesso ao seu interior.
Pois não é o mesmo que um exército nos persiga no descampado, a que tente derrubar uma muralha, e então?
- Peguntou Obatalá;
Proponho - disse ODUDUÁ - escolher um lugar adequado, onde construir nossa primeira cidade nestas terras e chamar ao resto das tribos que aguardam do outro lado do Niger.
Com elas chegarão artesãos e carpinteiros que trarão seus búfalos e carroças, indispensáveis para o carregamento de troncos e pedras, com as quais se levantará o primeiro muro defensivo, que marcará os limites de uma grande cidade fortificada, a partir da qual começará a se formar a nação que almejamos. Digam agora suas opiniões.
O silêncio seguiu as suas palavras.
Contudo a continuação do rumor crescente foi aumentando, até que todos, deleitados, saltaram e gritaram em apoio à proposta. Pediu a palavra Azowano e disse:
Irmã ODUDUÁ, perdoe se meu caráter ardoroso me leva a dizer coisas inapropriadas.
Apoio suas palavras e reconheço em ti o grande rei das tribos aliadas.
Quando começarem as construções organizarei inúmeras batidas na planície e os habitantes terão abundância de carne.
Eu me ocuparei, disse Iemanjá, de trazer abundante pescado do Nìger, com o auxílio de minha irmã Oià.
Se me permitem, comentou o grande Ossaim escolherei na planície um sítio onde exista a possibilidade de construir poços e fontes que vertam água fresca, e traçarei, com a ajuda do Rei, as ruas e limites da cidade.
Obatalà escolheu um charmoso lugar onde existia uma extensão ligeiramente elevada na qual abundavam pedras de grande tamanho e promontórios rochosos, perto de um verdejante bosque com madeira suficiente para construir a almejada cidade, onde todos sem importar a diferença de caracteres poderiam viver em Paz.


MISTURA DIVINA

ODUDUÁ chegando ao Àié, cria tudo o que era necessário e delega poderes às divindades que o seguiram, conhecidos como os Àgbà, para governarem a criação, e volta ao Òrún, e só retornaria quando tudo estivesse realmente concluído.
Orixalá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então para o Àié, com seus seguidores, os Funfun; fato que ocorre antes da volta de ODUDUÁ para o Àié.
Quando Olófin ODUDUÁ retorna ao Àié, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a ser o primeiro Oba do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou seja, o primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a morada dos deuses e dos novos seres.
O tempo passa, e ODUDUÁ, que era uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filho Ogum de ir para a aldeia de Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.
Ogum, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido.
Ora, Lakanje era espólio de ODUDUÁ, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas Lakanje era muito bela e extremamente sensual e Ogum não resistiu aos seus encantos e com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem de volta.
Chegando a lfé, ele entrega os espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai ODUDUÁ, que também não resistiu aos lindos encantos da mortal Lakanje e por ela se apaixona e acabaram por casar-se.
Ogum nada tinha contado a seu pai dos fatos ocorridos e logo após o casamento Lakanje está grávida, desta gravidez nasce um filho de nome Odéde.
Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele de Ogum e metade branco, como a pele do albino ODUDUÁ, revelando assim, a traição de Ogum para com a confiança do seu pai, esta situação gerou muita discussão entre ODUDUÁ e Ogum, mas a principal foi "quem tinha razão", ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se posicionava com a seguinte frase: "a minha palavra triunfou" ou "a minha palavra é a correta", que aglutinada é ÒRÀNMÍYÀN e foi assim que ele passou a ser chamado e conhecido.
Com Lakanje, uma das muitas esposas de ODUDUÁ, ou com outras, teve ou já tinha mais seis filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número maior ainda, enfim, alguns dos filhos destas esposas, geraram as linhagens dos Obas Yorubanos, uns foram os precursores de sete das principais tribos, ou mais, que deram origem à civilização dos yorubas, e religiosamente falando, todos os povos do mundo. Os filhos, netos ou bisnetos de ODUDUÁ, os deuses, semi-deuses e ou heróis, formaram a base da nação yoruba, portanto Olófin ODUDUÁ Àjàlàiyé é aclamado como "O Patriarca dos Yorubas".


NASCIMENTO

No princípio do tempo Obatalá com suas vestes de céu e ODUDUÁ, a mãe-terra uniram-se.
Deste amor nasceu Aganjú: forte com sua carcaça de pedra e Iemanjá em suas vestes de gota-de-água.
Um milênio durou este amor.
E dele nasceu Iorugã. Quando Iemanja estava dormindo Iorugã, ardendo de desejo, correu para ela. IEMANJÁ desesperada, corre e cai. E do seu corpo neste momento nasceu os demais orixás.

NO PRINCIPIO


No princípio de tudo, no começo da existência, quando não havia separação entre Céu e Terra, dois Orixás viviam juntos dentro de uma cabaça, mas só que eles viviam extremamente apertados um contra o outro, Orixá ODUDUÁ embaixo e Orixá Obatalá em cima.
Os dois tinham 7 anéis que pertenciam aos 2 Orixás.
A noite eles colocavam seus anéis.
Só que na hora de ver com quem ia ficar a maior parte dos anéis, 4 para um e 3 para o outro.
Aquele que dormisse por cima Ficaria com quatro anéis e o que ficasse por baixo ficaria com os 3 anéis.
ODUDUÁ, deusa da terra, queria dormir por cima para poder usar os quatro anéis que Obatalá sempre usava.
Obatalá muito egoísta, o deus do Céu, não aceitou.
Tal foi a luta que começou entre os dois Orixas.
A briga foi tamanha lá dentro que a cabaça acabou por ser romper e quebrar em duas metades.
A parte de baixo da cabaça, com Orixá ODUDUÁ permaneceu embaixo, enquanto a parte superior, com Obatalá ficou em cima, separando-se assim o Céu da Terra.


PODER E RESPONSABILIDADE


ODUDUÁ foi a primeira Iyá Agbá, mas perdeu o seu poder devido aos abusos que cometeu. Seu poder teve de se sujeitar à Oxalá, graças aos conselhos de Orunmilá.
Pois senão a existência estaria seriamente comprometida.
Assim, o Poder Feminino necessitaria de equilibrar-se com o Poder Masculino para que a Criação seguisse seu Caminho tranquilamente.
Desta forma, Orunmilá, o fiel escrivão de Olórum,que também é o Senhor da Sabedoria e do Oráculo,casou-se com ODUDUÁ irmã de Oxalá, e garantiu assim, através da fecundação de ODUDUÁ, a Garantia da Existência.
Neste Itán fica entendido que o Poder do Feminino é Supremo no Aié, mas deve ser usado com total responsabilidade, caso o contrário a Iyá Mi sujeita-se a perder o poder, por intervenção de Orunmilá, e de seu sacerdotes, os Babalaos.



SERVIÇO INCOMPLETO

Obatalá e ODUDUÁ viviam rosnando o tempo todo, em eterna competição.
Sabendo que Euá executava com sucesso a tarefa determinada por ODUDUÁ de dar forma ao aiê, Obatalá encarregou-a de plantar os seres vegetais na terra.

Entregou a ela um grande saco cheio de sementes de todas as espécies de plantas.
Euá se transformou na galinha de cinco dedos e assim, ciscando, ciscando, percorreu toda a fase da terra, espalhando as sementes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário