



ORIXALÁ
ABUSO
Esta filha de criação se tornou a favorita e a protegida, cozinhando e lavando para ele.
MISTURA DIVINA
Orixalá, que tinha ficado no Orún com seus seguidores, já tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então para o Aiê, com seus seguidores, os Funfun; fato que ocorre antes da volta de Oduduá para o Aiê.

Quando Oduduá retorna ao Aiê, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a ser o primeiro Oba do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou seja, o primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a morada dos deuses e dos novos seres.
O tempo passa, e Oduduá, que era uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filho Ogum de ir para a aldeia de Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.
Ogum, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido.
Ora, Lakanje era espólio de Oduduá, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas Lakanje era muito bela e extremamente sensual e Ogum não resistiu aos seus encantos e com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem de volta.
Chegando a lfé, ele entrega os espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai Oduduá, que também não resistiu aos lindos encantos da mortal Lakanje e por ela se apaixona e acabaram por casar-se.
Ogum nada tinha contado a seu pai dos fatos ocorridos e logo após o casamento Lakanje está grávida, desta gravidez nasce um filho de nome Odéde.
Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele de Ogum e metade branco, como a pele do albino Oduduá, revelando assim, a traição de Ogum para com a confiança do seu pai, esta situação gerou muita discussão entre Oduduá e Ogum, mas a principal foi "quem tinha razão", ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se posicionava com a seguinte frase: "a minha palavra triunfou" ou "a minha palavra é a correta", que aglutinada é ÒRÀNMÍYÀN e foi assim que ele passou a ser chamado e conhecido.
PIONEIRO
Todos foram consultar Orunmilá e na consulta, surgiu a figura de Ejiogbe (Ejionile), sendo determinado um sacrifício, que todos os Orixás deveriam oferecer, para que suas missões fossem coroadas de sucesso.
Como o ebó determinado fosse muito dispendioso, todos, com exceção de Orixalá, negligenciaram-se a fazê-lo e assim, rumaram para a terra recém criada.

Como Orixalá oferecera o seu sacrifício, foi o primeiro a chegar, já que Bará lhe indicara o caminho mais curto e sem qualquer obstáculo.
Aos outros, Bará criou todos os tipos de dificuldades e desta forma, ao chegarem a terra, encontraram Orixalá já estabelecido.
Durante o tempo em que Orixalá permaneceu sozinho sobre a terra, teve que fazer, com suas próprias mãos, todo tipo de serviço pesado, como cortar e carregar lenha para a construção de seu palácio, o que lhe provocou uma deformação nas costas, passando, a partir de então, a caminhar apoiado num cajado.
Um a um, os Orixás foram chegando e todas as terras já estavam cercadas e plantadas, sendo Orixás seu legítimo dono.
Sem ter onde ficar e estabelecer seus reinos, reuniram-se em assembléia, para deliberarem de que maneira iria proceder, para que pudessem cumprir suas missões e a esta reunião, Orixá também compareceu.
Que desejam, agora que realizei todo o trabalho pesado? Só lhes resta habitarem as profundezas de Okun, já que ao chegarem, encontraram toda a terra trabalhada por mim!
Diante da posição do Orixalá, os demais Orixás prostraram-se diante dele e com os rostos encostados no solo, suplicaram que lhes desse um pedaço de terra firme, para que pudessem realizar seus trabalhos e que ficasse ele mesmo com os mares e toda a riqueza neles contidas.
Orixalá então, nomeou Olokun, seu filho mais velho, para reinar sobre os Oceanos, enquanto ele reinava sobre todo o planeta, concordando em distribuir, entre todos os Orixás, um sector da natureza, para que ali pudessem estabelecer os seus reinados, sempre prestando obediências a ele, coroado e aclamado por todos, como o rei dos reis.
A partir de então, por ter feito o ebó determinado, Orixalá passou a ser o mais importante dentre todos os Orixás, seus reinos se expandiram, na medida em que as águas do mar iam deixando mais e mais terras habitáveis e os demais Orixás puderam cumprir suas missões, governando os elementos e as diversas manifestações da natureza.
VÍCIO
Por onde passasse, era apontado como ébrio e irresponsável e as mesmas pessoas que antes lhe prestavam reverências, agora viraram-lhe as costas e riam de sua presença de forma irreverente e zombeteira.

Cansado de tanta humilhação, o Orixá resolveu buscar auxílio no oráculo de Ifá e na consulta surgiu Ofun Meji que além do sacrifício de praxe, proibiu que voltasse a se aproximar de emu.
O sacrifício exigido era composto de uma ovelha, duas galinhas, um eleke de contas brancas, panos brancos e penas de ekodide.
Depois de oferecidos os bichos a Elegbara, Orixalá teve que envolver-se em panos brancos e arrumar as penas ao redor de sua cabeça.
Isto foi feito antes do nascer do Sol e o Orixalá foi então, com o eleke no pescoço, colocar-se no alto da montanha que ficava na entrada da cidade.
Na alvorada, os raios do Sol nascente surgiram por trás de Orixalá e passando entre as penas causaram a impressão de que labaredas de fogo saiam de sua cabeça. Apavorados diante de tal visão, os moradores da cidade lançaram-se ao chão gritando aterrorizados Epa Baba!
E todos mantinham os rostos colados sobre o solo.
Foi então que o poderoso orixá, livrando-se do vício da bebida pode recuperar o prestígio entre os homens e as graças de Olofin.
Por este motivo, os filhos de Orixalá têm o emu como uma das suas principais interdições, não devendo sequer permanecer onde o mesmo esteja sendo consumido por seres humanos.



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