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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Lenda dos Orixás Orungã

LENDA dos ORIXÁS





Orungã


CONHECIMENTO
Orungã foi o primeiro Babalawo e sua mulher chamava-se Orishabi.
Orishabi carregava os búzios na barriga para Orungã jogar.
Diziam que Orungã tinha um pé de noz-de-cola.
Bará pediu a Ifá para jogar.
Ifá mandou que Bará trouxesse 10 dez noz-de-cola para o jogo.
Bará então, foi a casa de Orungã pedir os frutos, pois sabia que só ele tinha um pé de noz-de-cola em sua casa. Bará pediu os frutos a Orungã, e este disse, que só lhe daria os frutos se ele aprendesse jogar e depois volta-se para ensinar a Orungã.



Bará então foi apanhar os frutos.
Os macacos que estavam no pé de noz-de-cola, iam tirando os frutos, descascando, partindo e jogando para Bará. Entretanto, Orishabi, mulher de Orungã que a tudo assistia, ia apanhando os frutos que estavam sendo jogados e ia colocando em sua barriga.
É por este motivo que os Babalaôs na África, quando vão jogar, levam sua mulher para carregar o jogo, que são chamadas de Petebi.
Caso o Babalaô não seja casado, ou seja, viúvo, leva a mãe.



NASCIMENTO SOFRIDO

Orungã cresce e se apaixona pela linda e sensual Iemanjá. E da união dos dois, o ar e a água, cresce profundo amor.
Mas aflita, Iemanjá um dia se desprende dos braços de Orungã e foge alucinada, desprezando a continuidade daquele amor proibido.
Orungã então a persegue, mas, prestes a alcançá-la, Iemanjá se deita.
O corpo então cresce e, dos seus seios fartos, nascem dois rios que adiante se reúnem, constituindo uma lagoa.



SOLUÇÃO

Em épocas remotas os Orixás passaram fome.
Às vezes, por longos períodos, eles não recebiam bastante comida de seus filhos que viviam na Terra.
Os Orixás cada vez mais se indispunham uns com os outros e lutavam entre si guerras assombrosas.
Os descendentes dos Orixás não pensavam mais neles e os Orixás se perguntavam o que poderiam fazer.
Como ser novamente alimentados pelos homens?

Os homens não faziam mais oferendas e os Orixás tinham fome.
Sem a proteção dos Orixás, a desgraça tinha se abatido sobre a Terra e os homens viviam doentes, pobres, infelizes.
Um dia Bará pegou a estrada e foi em busca de solução. Bará foi até Iemanjá em busca de algo que pudesse recuperar a boa vontade dos homens.
Iemanjá lhe disse: "Nada conseguirás.
Xapanã já tentou afligir os homens com doenças, mas eles não vieram lhe oferecer sacrifícios.
Iemanjá disse: Bará matará todos os homens, mas eles não lhe darão o que comer.
Xangô já lançou muitos raios e já matou muitos homens, mas eles nem se preocupam com ele.


Então é melhor que procures solução em outra direção. Os homens não tem medo de morrer.
Em vez de ameaçá-los com a morte, mostra a eles alguma coisa que seja tão boa que eles sintam vontade de tê-la.
E que, para tanto, desejem continuar vivos.
Bará retornou o seu caminho e foi procurar Orungã.
Orungã lhe disse: Eu sei por que vieste.
Os dezesseis Orixás tem fome. É preciso dar aos homens alguma coisa de que eles gostem, alguma coisa que os satisfaça.
Eu conheço algo que pode fazer isso. É uma grande coisa que é feita com dezesseis caroços de dendê.
Arranja os cocos da palmeira e entenda seu significado. Assim poderás conquistar os homens.
Bará foi ao local onde havia palmeiras e conseguiu ganhar dos macacos dezesseis cocos.
Bará pensou e pensou, mas não atinava no que fazer com eles.
Os macacos então lhe disseram: Bará, não sabes o que fazer com os dezesseis cocos de palmeira?
Vai andando pelo mundo e em cada lugar pergunta o que significam esses cocos de palmeira.
Deves ir a dezesseis lugares para saber o que significam esses cocos de palmeira.
Em cada um desses lugares recolheras dezesseis Odús. Recolherás dezesseis histórias, dezesseis oráculos.
Cada história tem a sua sabedoria, conselhos que podem ajudar os homens. Vai juntando os Odús e ao final de um ano terás aprendido o suficiente.
Aprenderás dezesseis vezes dezesseis Odús.
Então volta para onde moram os Orixás.
Ensina aos homens o que terás aprendido e os homens irão cuidar de Bará.
Bará fez o que lhe foi dito e retornou ao Orun, o Céu dos Orixás.

Bará mostrou aos deuses os Odús que havia aprendido e os Orixás disseram:Isso é muito bom.
Os Orixás, então, ensinaram o novo saber aos seus descendentes, os homens.
Os homens então puderam saber todos os dias os desígnios dos Orixás e os acontecimentos do porvir. Quando jogavam os dezesseis cocos de dendê e interpretavam o Odú que eles indicavam, sabiam da grande quantidade de mal que havia no futuro. Eles aprenderam a fazer sacrifícios aos Orixás para afastar os males que os ameaçavam.
Eles recomeçavam a sacrificar animais e a cozinhar suas carnes para os deuses.
Os Orixás estavam satisfeitos e felizes.
Foi assim que Bará trouxe aos homens o Ifá.


TRANSFORMAÇÃO


Oduduá tinha um filho chamado Acambi e Acambi teve sete filhos e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes.
A primeira filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaketo, o rei de Keto, o terceiro filho foi coroado rei da cidade de Benim, o quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ilê Ifé, o quinto filho foi soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei de Oyó.
Esses príncipes eram vassalos do rei de Ilê Ifé, que então se transformou no centro de um grande império, cujo nome era Oyó.
Oduduá era o grande rei de Oyó.
Ele unificou as mais importantes cidades daquela região, mais tarde conhecida como sendo a terra dos yorubás. Em cada cidade ele pôs no trono um parente seu. Ele foi o grande soberano dos reinos yorubás. Ele foi chamado o primeiro Alafim, o rei de Oyó.
Quando Oduduá morreu, os príncipes fizeram a partilha dos bens do rei entre si e Acambi ficou como regente do império até sua morte, nunca tendo sido, contudo, coroado rei do império. Nunca lhe foi atribuído o título de Alafim.
Com a morte de Acambi, foi feito rei Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso.
A ancestral Ilé Ifé era a capital dessa vasta região conhecida como Oyó.
O Alafim Oraniã foi um grande conquistador e solidificou o poderio de Oyó.

Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater o povo que habitava uma região a leste de seu império. Era uma guerra muito difícil, mas, antes de ganhar a guerra, o oráculo o aconselhou a estacionar com os seus homens, pois ali ele haveria de muito prosperar.
Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ilé Ifé tornou-se uma cidade poderosa. Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oyó e veio a ser a grande capital do império fundado por Oduduá.
Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Alafim de Oyó. Ajacá, que tinha o apelido de Dadá por causa de seu cabelo encaracolado, era um homem pacato e sensível, com pouca habilidade e nenhum tino para governar.
Dadá-Ajacá tinha um irmão que fora criado na terra dos nupes, um povo vizinho dos yorubás, filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de Elempê, o rei dos nupes, também chamados tapas.
Esse filho de Oraniã era Xangô, grande guerreiro, que fundara uma pequena cidade chamada Cossô, nas cercanias da capital Oyó.
Xangô, que era o rei de Cossô, uma cidade tributária de Oyó, um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani.
Xangô foi assim coroado o quarto Alafim de Oyó, governando o império de Oduduá e Oraniã por sete anos. Quando Xangô morreu, e dizem que foi obrigado a se enforcar num momento de crise de seu império, seus ministros procuraram seu corpo e não encontraram. Compreenderam então que ele tinha entrado para o Orum e instituíram seu culto. Xangô havia se transformado em Orixá.

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